Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectou o vírus da zika em mosquitos Culex quinquefasciatus - conhecidos popularmente como pernilongos – coletados na cidade do Recife, capital do Pernambuco. Segundo informações da Agência Fiocruz, o estudo, divulgado nesta quinta-feira, 21, confirma que a espécie é um potencial vetor do vírus causador da infecção.
Para realizar o teste, foram coletados mosquitos na Região Metropolitana do Recife. Culex infectados naturalmente pelo vírus da zika foram identificados em três dos 80 grupos de pernilongos analisados. Em duas amostras, os pernilongos não estavam alimentados – o que indica que o vírus não foi contraído pelo mosquito após picada recente em um hospedeiro contaminado.
Leia mais
Brasil tem 1.709 casos confirmados de microcefalia
Risco de infecção pelo zika na Olimpíada é praticamente zero, garante ministro
Polinésia Francesa pode ser porta de entrada do zika para o mundo
Segundo a Agência Fiocruz, na região onde a pesquisa foi realizada, a população do pernilongo é cerca de vinte vezes maior do que a de Aedes aegypti - mosquito considerado o principal vetor do vírus. Pernambuco é o Estado brasileiro com maior número de casos confirmados de microcefalia, má-formação associada à infecção pelo vírus da zika.
Laboratório
Os pesquisadores também alimentaram os espécimes de Culex e Aedes com sangue e vírus. Depois, cada mosquito foi dissecado para a extração do intestino e da glândula salivar, que bloqueiam o desenvolvimento do vírus. Quando a espécie não é vetor de uma doença, o vírus é barrado pelo mosquito. Em caso contrário, ele se dissemina, infectando a glândula salivar, de onde será transmitido às pessoas por meio da picada. A pesquisa mostrou que foi possível detectar o vírus tanto no Aedes quanto no Culex.
Segundo a Agência Fiocruz, os resultados apontam para a necessidade de novos estudos para avaliar a participação do Culex na epidemia de zika.
*Estadão Conteúdo