O Brasil foi considerado, nesta terça-feira, um país livre de sarampo. O reconhecimento foi feito pelo Comitê Internacional de Especialistas de Avaliação e Documentação da Sustentabilidade do Sarampo nas Américas (CIE), que levou em conta que o último caso da doença foi registrado no país em julho do ano passado, no Ceará.
Desde 2000, o Brasil não registrava casos de sarampo autóctones (quando a contaminação acontece dentro do país). Em 2013, houve surtos em Pernambuco e no Ceará, o que fez o Brasil passar de dois casos em 2012 para 732 em 2014. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2013 a 2015, foram registrados 1.310 casos da doença, dos quais 1.278 ocorreram nos dois estados. A situação foi considerada controlada pela pasta em setembro do ano passado.
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O reconhecimento foi anunciado por Merceline Dahl-Regis, presidente do CIE, em visita nesta terça ao Brasil. A expectativa do governo federal é que até o final do ano a Organização Mundial da Saúde conceda um certificado de eliminação do sarampo no país. Com isso, todo o continente americano será considerado livre de transmissão local da doença.
O que significa que pessoas ainda podem se contaminar viajando para outros lugares do mundo que continuam com o vírus circulante. Por isso, alertam tanto o Ministério da Saúde quanto a OMS, é preciso continuar tomando a vacina que previne contra a infecção por sarampo.
Foi essa transmissão internacional que ainda não tinha permitido livrar o Brasil da circulação do vírus. Segundo o Ministério da Saúde, no ano 2000 foram confirmados os últimos surtos autóctones, ou seja, originados localmente. Eles ocorreram no Acre e no Mato Grosso do Sul. Mas depois disso ainda continuaram sendo registrados casos importados, considerados, em geral, de pequena magnitude e controláveis com ações de prevenção. Até ocorrerem os surtos do Nordeste nos últimos anos, que pediram uma intervenção mais pesada nas campanhas de vacinação.
É a imunização de toda a população que garante que mesmo se uma pessoa tiver contato com outro país ela não vai se contaminar nem trazer o vírus para cá. Mecanismos de monitoramento também são importantes para controlar eventuais casos importados e evitar a transmissão.