Um estudo de caso-controle realizado na Paraíba mostra, preliminarmente, que mães que tiveram zika vírus no primeiro trimestre da gestação apresentaram maior probabilidade de terem crianças com microcefalia. O Ministério da Saúde, em pareceria com o governo da Paraíba e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos, continua com a análise das amostras de sangue coletadas nas mães e bebês daquele Estado. Somente após esta fase, os resultados finais serão divulgados. O resultado inicial, apresentado em João Pessoa (PB), também não encontrou nenhuma associação da microcefalia com a exposição de produtos como inseticidas, por exemplo.
– Faz parte deste estudo a investigação de pessoas que não foram acometidas pela microcefalia. Somente após o processamento das amostras de sangue coletadas, comparando os casos e os controles, é que poderemos estimar com mais clareza o risco de ser acometido pela doença e a relação do zika com a microcefalia – explica o assessor da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, destacando o empenho das equipes na fase de campo da pesquisa.
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– O estudo se deu de forma ágil, ética e eficaz. As equipes deram passos importantes na busca por respostas para o problema que preocupa o mundo – acrescentou o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antonio Nardi.
A pesquisa, que começou em 22 de fevereiro, contou com a atuação de oito equipes, que investigaram a proporção de recém-nascidos com microcefalia associada ao zika, além do risco da infecção pelo vírus, em 56 municípios da Paraíba. Ao todo, foram entrevistados 165 casos de mães que tiveram bebês com microcefalia e 446 controle (mães e bebês da mesma região sem microcefalia). Entre os bebês, 52% são do sexo feminino e 48% do sexo masculino, na faixa-etária de 0 a 7 meses.
Outra pesquisa realizada por um grupo de pesquisa sobre a epidemia de zika apontou que, de cem mães de crianças com microcefalia entrevistas em Pernambuco, 59 notaram a presença de exantema (erupção cutânea) durante a gravidez, sintoma comum em pessoas infectadas pelo vírus. A pesquisa foi publicada em uma revista científica do CDC.
O Ministério da Saúde orienta as gestantes a adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e a se proteger da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.