Mulheres de 50 anos ou mais devem fazer uma mamografia para detectar o câncer de mama a cada dois anos, enquanto as mulheres na faixa dos 40 devem decidir com seus médicos. Isto é o que recomendam as Orientações de Saúde dos Estados Unidos, publicadas nesta segunda-feira.
As mais recentes recomendações da Força-Tarefa para Serviços Preventivos dos Estados Unidos, uma comissão não governamental composta de especialistas independentes, lançaram uma nova controvérsia sobre o que é melhor para as mulheres, que há não muito tempo eram aconselhadas a fazer uma mamografia anual a partir dos 40 anos.
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As diretrizes são baseadas em resultados de seis equipes de investigação independentes, que trabalharam "modelos de simulação para analisar 10 diferentes estratégias de rastreamento digital do câncer de mama para a população feminina de médio risco dos Estados Unidos", disse uma descrição do trabalho na revista Annals of Internal Medicine.
A nova orientação representa os mais recentes dados científicos sobre os potenciais efeitos nocivos - tais como diagnóstico excessivo, falsos-positivos e biópsias benignas - de rastreio utilizando a mamografia digital. Também leva em conta o conhecimento sobre os subtipos moleculares de câncer, bem como a forma como a densidade do seio representa um risco.
- A mamografia de rastreio de dois em dois anos para as mulheres de risco médio com idades entre 50 e 74 anos oferece um equilíbrio favorável de custo-benefício - recomendaram as diretrizes.
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No entanto, Jeanne Mandelblatt, do Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center, advertiu que "é importante lembrar que nenhum de nós é a mulher 'média'" e que o histórico familiar e outros fatores de risco devem ser considerados.
- O fato é que a mamografia salva vidas - acrescentou. - Quando começar a fazer mamografia e com qual frequência fazê-la é uma decisão pessoal. Nenhum modelo pode fornecer essas respostas.
Preocupação dos especialistas
Alguns especialistas que não participaram do estudo elevaram o alerta sobre a forma como as mulheres mais jovens iriam interpretar as orientações, e do potencial de que menos mulheres realizem os exames.
- Embora as novas diretrizes ainda orientem as mulheres na faixa dos 40 anos a realizar mamografia, também sugerem que as mamografias não são necessárias - criticou Stephanie Bernik, chefe de oncologia cirúrgica no Hospital Lenox Hill em Nova York. - Infelizmente muitas mulheres vão tomar isso como um sinal de que as mamografias não são benéficas.
Segundo Nina Vincoff, chefe do departamento de imagem das mamas do hospital Northwell Health, a mamografia "não é perfeita", mas as mulheres na casa dos 40 anos não devem fazer pouco caso da relevância do exame.
- Fazer a mamografia aos 40 salva mais vidas do que começar a fazer a partir dos 50 - disse Vincoff, que, assim como, Bernik não participou da pesquisa. - As mulheres precisam entender que quanto mais tarde elas começarem a fazer mamografias, maior é o risco de descobrir um câncer num estágio avançado, o que pode necessitar um tratamento mais invasivo ou até mesmo não ter mais cura.
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As últimas orientações vêm na esteira das recomendações da American Cancer Society emitidas em outubro de 2015, que exortou as mulheres a esperarem até os 45 anos para começar uma mamografia anual para detectar o câncer de mama.
Antes, a American Cancer Society recomendava que as mulheres fizessem uma mamografia anual a partir dos 40 anos, mas disse que mudou seu conselho porque não há evidência suficiente de que mais vidas eram salvas.
*AFP