Um estudo desenvolvido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a venda de inibidores de apetite mostra que, entre 2009 e 2011, 79% dos consumidores desses produtos fizeram uso contínuo do medicamento. A pesquisa mostrou também que a prescrição dos inibidores de apetite vinha sendo combinada ao antidepressivo fluoxetina ou ao ansiolítico clordiazepóxido, o que é proibido por resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Anvisa.
O levantamento feito pela agência nas capitais brasileiras e no Distrito Federal (DF) considerou o comportamento do consumo dos anfetamínicos mazindol, anfepramona, femproporex e sibutramina. No ano passado, a Anvisa cancelou o registro dos três primeiros produtos (mazindol, anfepramona, femproporex) e impôs um maior controle para a comercialização da sibutramina.
Uma constatação positiva do levantamento é que o consumo de inibidores de apetite diminuiu na população de adultos que tem uma dieta rica em frutas e hortaliças. Pelo que foi observado no estudo, o aumento de 1% da população que adota uma alimentação saudável implica na redução média de 4,3% na venda de inibidores.
Entre as conclusões apresentadas, o estudo da Anvisa recomenda o aprimoramento de políticas de saúde que reforcem o uso racional de medicamentos no país, como o fortalecimento da educação permanente sobre boas práticas de prescrição.
O estudo utilizou dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados da Anvisa (SNGPC), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Ministério da Saúde. A partir dos dados foi aplicada uma análise econométrica, utilizada para identificar a correlação entre diferentes variáveis por meio de um modelo matemático.