Correção: cirurgias de traumatologia do HPS seguem sendo realizadas na instituição e também no Hospital da Restinga, e não foram totalmente transferidas para o hospital do Extremo-Sul como publicado entre 19h52min de 7 de março e 9h16min de 8 de março. O texto já foi corrigido.
O Hospital de Pronto Socorro da Capital (HPS) registra superlotação na Emergência. Para tentar minimizar o quadro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou nesta quinta-feira (7) que também vai realizar cirurgias de traumatologia no Hospital da Restinga. Na terça-feira (5), um hospital e duas UPAs da Capital registraram superlotação.
Por meio de nota, a secretaria informou que serão realizadas seis cirurgias de fêmur por semana e oferecidas 400 consultas por mês para esta especialidade. A pasta afirma ainda que vai realizar 18 cirurgias eletivas por mês na instituição localizada no extremo-sul da Capital.
O alerta da superlotação no HPS também foi informado pela Associação de Servidores do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. De acordo com a entidade, a casa de saúde vem sofrendo já nas últimas semanas com o aumento da procura de pacientes na Emergência. No entanto, por ser referência em atendimentos de trauma, a sobrecarga se alastra para os demais setores da instituição.
A Associação afirma que há pacientes sendo colocados nos corredores, enfrentando situações precárias de atendimento. A presidente da Associação e diretora do Sindicato dos Municipários (Simpa), Marília Iglesias, ressalta ainda que há falta de servidores para auxiliar os pacientes:
— Recentemente, tivemos um dia em que havia um servidor para atender três setores ao mesmo tempo. O normal era ter, no mínimo, cinco pessoas trabalhando nesta área. A falta de servidores já foi comunicada à secretaria e afeta todo o funcionamento do HPS.
Ainda segundo a Associação, a superlotação foi potencializada a partir do fechamento da emergência do Hospital de Viamão já que moradores da cidade e também de Alvorada passaram a buscar atendimento no HPS.
A Secretaria Municipal de Saúde nega que há pacientes acomodados nos corredores do HPS e afirma que, em casos de superlotação, são colocadas mais camas nas salas de atendimento. Em nota, a pasta afirma que os atendimentos acima da capacidade são observados em outras instituições.
Há cerca de duas semanas, a publicitária Arlise Henrique Cardoso presenciou a superlotação e carência de profissionais para atender os pacientes. Ela acompanhou a mãe durante os seis dias em que esteve no hospital por conta de uma fratura no fêmur.
— É revoltante a situação que observei lá. Havia falta de médicos, enfermeiros trabalhando por 24 horas e pouquíssimos técnicos em enfermagem. Em determinado momento, tinha 40 pacientes na sala e cinco técnicos para dar banho, ajudar na medicação e no atendimento — relatou.