Pesquisa, educação e inovação na área da saúde são os três pilares do Instituto Ceos, inaugurado oficialmente nesta terça-feira (21) em Porto Alegre. A empresa está em operação piloto desde o início do ano, quando se uniu ao Hospital Ernesto Dornelles, também na Capital. A atuação do centro também ocorre no hub de saúde do Tecnopuc, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
O nome é uma referência à mitologia grega, na qual Ceos é o titã da inteligência. Segundo Paulo Pitrez, pneumologista pediátrico e um dos sócios-fundadores, o centro quer consolidar Porto Alegre como referência nacional e internacional em pesquisa e inovação em saúde. Nos primeiros meses de atuação, a equipe do Ceos iniciou 27 estudos clínicos, financiados por indústrias farmacêuticas.
— Nós avaliamos se um tratamento, uma nova terapia ou uma vacina são seguros e eficazes. São estudos, na maioria das vezes, de fase três, na pré-comercialização. Testamos em grupos, de uma forma rigorosa em termos de método do protocolo científico. Depois há uma publicação científica sobre o estudo — resume Pitrez.
O médico diz que os trabalhos beneficiam diversos tipos de pacientes:
— Ter um ambiente robusto de pesquisa clínica para várias doenças desonera, inclusive, o Sistema Único de Saúde (SUS), pois o paciente pode ter um tratamento de excelência ao testar uma nova droga. Ou seja, todos têm a mesma oportunidade, a mesma janela, pois não há fila de espera para entrar em um estudo.
O centro quer atrair mais estudos clínicos junto às indústrias farmacêuticas e priorizar pesquisas de vacinas e novas terapias para prevenção e combate a doenças complexas, infecciosas e oncológicas.
Outras frentes do instituto
Na parte educacional, Pitrez cita o Medical Second Opinion (MeSO) como uma das principais iniciativas do instituto. A plataforma propicia a conexão de um médico especialista de referência com um colega de área para discussão de casos clínicos de doenças crônicas complexas. Na primeira fase, o projeto terá como foco asma grave, doenças inflamatórias intestinais crônicas e esclerose múltipla.
— O MeSO é uma plataforma que rompe barreiras geográficas: onde estiver, o médico vai poder colocar o caso clínico do seu consultório e receber a avaliação de um expert na doença, ter uma indicação de usar tal droga, por exemplo. São doenças complexas que, às vezes, são difíceis de diagnosticar. O MeSO ajudará nisso — acrescenta.
Na inovação, o exemplo citado é o aplicativo de celular OncoFriends, destinado a pacientes com câncer de mama. A plataforma, que está em desenvolvimento, oferecerá dados sobre a doença, chat interativo, vídeos educativos com especialistas, dicas de saúde, agenda para as usuárias e até informações sobre direitos das pacientes.
— As perguntas para montar o aplicativo foram levantadas por essas pacientes. É uma iniciativa que vai beneficiar, informar e acalmar essas mulheres, com a curadoria científica do Instituto Ceos. Esperamos concluí-lo em 90 dias — estima o médico.
Além de Pitrez, o também médico Willian Adami e o administrador Ricardo Melo Bastos são os sócios-fundadores do Ceos, que reúne outros 25 médicos que atuam nas pesquisas. O instituto planeja ter uma nova área física no Ernesto Dornelles, com 600 m². O projeto depende de financiamento para construção, mas a direção espera concretizar o espaço em 2025.