Os dois primeiros anos da pandemia de covid-19 — 2020 e 2021 — custaram 336,8 milhões de anos de anos de vida em todo o mundo, provocando a morte prematura de milhões de pessoas, destacou nesta sexta-feira (19) a Organização Mundial de Saúde (OMS). "Anos de vida perdidos" (YLL, na sigla em inglês) é uma medida de mortalidade prematura que leva em conta tanto a frequência das mortes quanto a idade em que elas ocorrem — ou seja, os anos que a vítima de uma doença deixou de viver.
— É como perder 22 anos de vida para cada morte a mais — disse Samira Asma, chefe adjunta de dados e análises da OMS, sobre o caso da covid-19.
O cálculo é baseado em dados disponíveis em 2022. Desde então, o número de mortos por covid-19 continuou subindo, embora em um ritmo mais lento. A OMS decidiu, portanto, suspender recentemente o nível máximo de alerta sanitário, embora tenha alertado que a doença não desapareceu depois de mais de três anos de pandemia.
O balanço oficial de mortes atribuídas à doença é atualmente de 6,9 milhões de pessoas. Mas inúmeros países não forneceram dados confiáveis à OMS, que estima que a pandemia causou quase o triplo de vítimas nesses três anos, ou seja, ao menos 20 milhões de mortos.
Para isso, baseia-se no cálculo da sobremortalidade, que é a diferença entre o número real de mortes e o número estimado de óbitos em tempos normais.
As 20 milhões de vítimas mencionadas pela OMS incluem as mortes diretas por coronavírus e também as mortes devido ao impacto da pandemia nos sistemas de saúde.
* AFP