O setor de Comunicação da Globo divulgou uma nota oficial (veja íntegra abaixo) sobre a morte da jornalista Gloria Maria, ocorrida nesta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro. De acordo com o texto, o tratamento para metástases cerebrais deixou de fazer efeito nos últimos dias.
Metástase é quando o câncer inicial acaba atingindo outras partes do organismo. Gloria recebeu o diagnóstico de câncer de pulmão e metástase no cérebro em 2019. Para o pulmão, foi submetida a imunoterapia (o sistema de defesas do paciente é fortalecido para ele próprio atacar a enfermidade), iniciativa que obteve sucesso. A metástase cerebral foi removida cirurgicamente, em procedimento que foi considerado, a princípio, também exitoso.
Segundo a emissora, nova fase do enfrentamento da doença começou no ano passado, quando foram descobertas novas metástases cerebrais. A conduta nesta etapa, conforme o texto, “deixou de fazer efeito nos últimos dias”.
Coordenador do Serviço de Oncologia da Santa Casa, o oncologista Rafael Vargas detalha o que são metástases.
— O tumor é uma colônia de células. Essa colônia tem várias subpopulações (células diferentes), e algumas dessas subpopulações, que podemos chamar de clones ou sementes, têm a capacidade de se desgrudar da colônia, cair na corrente sanguínea e se alocar em qualquer órgão, como ossos, fígado, cérebro. A segunda fase é se adaptar no novo ambiente — explica Vargas, professor de Oncologia do curso de Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Além da corrente sanguínea, a disseminação do câncer pode se dar pelos vasos linfáticos ou por contiguidade (proximidade). Cerca de 90% das mortes por câncer são decorrentes de complicações dessas metástases.
— Todo tumor maligno tem potencial de gerar metástase. Uns têm potencial maior, como o de pulmão, e outros menor, como o de pele não melanoma — completa o médico.
Íntegra da nota divulgada pela Comunicação da Globo:
“A jornalista Gloria Maria morreu essa manhã. Em 2019, Gloria foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, inicialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias.
Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais. Glória deixa duas filhas, Laura e Maria.”