A Secretaria Municipal de Saúde de Rorainópolis, município localizado no interior de Roraima, investiga um caso suspeito de poliomielite em uma adolescente de 14 anos. Segundo especialistas, a redução na cobertura vacinal contra a doença tem elevado os riscos do retorno do vírus, erradicado no Brasil desde 1989.
A prefeitura de Rorainópolis informou, em nota, que a Coordenação de Vigilância em Saúde do município recebeu a notificação no último dia 29 e iniciou as tratativas pertinentes ao caso. Conforme o governo de Roraima, a paciente tomou sete doses da vacina oral de poliomielite e está internada em um hospital em Boa Vista, capital do Estado.
"Apesar de considerada erradicada, a agressiva queda nas coberturas vacinais torna iminente a real reintrodução do vírus no Brasil", disse a prefeitura de Rorainópolis. A pasta frisou que a poliomielite é uma doença contagiosa aguda, que pode infectar crianças e adultos por contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca de doentes, podendo desenvolver quadros de paralisia.
A prefeitura orientou que, em caso de dúvida, os pacientes procurem a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima. A vacina contra a poliomielite está disponível para todas as crianças de um a quatro anos.
A Secretaria de Saúde de Roraima informou que tomou conhecimento de um caso de paralisia flácida aguda em Rorainópolis no último dia 28. "Toda Paralisia Flácida Aguda em menores de 15 anos deve ser notificada e investigada como parte da rotina do monitoramento da circulação de poliovírus no Brasil", informou a pasta.
A paciente, continuou a pasta, tem 14 anos e recebeu sete doses da vacina oral de poliomielite. A secretaria informou que ela está internada em processo de investigação da causa da paralisia no Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, em Boa Vista. A investigação do caso está sendo conduzida pela Vigilância Epidemiológica de Rorainópolis.
Mais de 11 milhões de crianças ainda não tomaram vacina contra poliomielite
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo no início da semana, a menos de duas semanas do fim da campanha nacional contra a poliomielite, cerca de 11 milhões de crianças não haviam recebido a vacina contra a doença até a segunda-feira (29) — só 22,1% do público-alvo.
Médicos alertam para os riscos de volta da paralisia infantil diante do registro de novos casos no exterior, incluindo países como Estados Unidos e Israel.