Hospitais e clínicas de Porto Alegre especializados em tratamentos para o câncer e demais doenças ligadas à medicina nuclear estão aos poucos retomando os exames que haviam sido adiados devido a falta de alguns radiofármacos. Desde o final da última semana, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão vinculado ao governo federal e responsável por 85% do fornecimento nacional de insumos químicos radioativos usados na medicina nuclear, retomou as distribuições após dois meses de instabilidade gerada por falta de verbas.
A normalização ocorre após entrar em vigor medida, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, que garante orçamento para a produção desses insumos para até o final do ano.
A distribuição foi afetada em setembro, quando instituto estava com poucos recursos para seguir com a produção. A União autorizou, na época, um remanejo orçamentário dentro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC) que garantiu apenas duas semanas de atividades e, no início de outubro, a demanda foi novamente interrompida.
No Hospital Conceição, em Porto Alegre, onde apenas 10% dos atendimentos estavam sendo mantidos com o material radioativo remanescente das entregas anteriores, os insumos chegaram no final de semana. A tendência é de que a partir de agora a equipe médica consiga retomar o ritmo de 500 exames mensais.
Já na Santa Casa de Misericórdia, o novo estoque começou a ser entregue na sexta-feira (29). No entanto algumas substâncias ainda não tiveram o quantitativo distribuída de forma integral. É o caso do iodo 131, utilizado para a iodoterapia. A expectativa é de que a situação sjeja normalizada nos hospital nos próximos dias.