O laboratório franco-austríaco Valneva anunciou nesta quinta-feira (5) "resultados iniciais positivos" de sua vacina contra a febre chikungunya, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a dengue e a zika. Atualmente, o imunizante está em fase três, ou seja, já tem testes feitos em larga escala em humanos.
A Valneva afirmou em comunicado que a vacina foi testada em 4.115 adultos nos Estados Unidos e gerou "anticorpos neutralizantes em 98,5% dos participantes 28 dias após uma única injeção". O percentual está muito acima do limite de 70% cordado com o órgão regulador norte-americano, a FDA, "para ser usado em uma solicitação de autorização de comercialização".
A vacina candidata "também se mostrou altamente imunogênica [com resposta imunológica], mesmo em participantes de idade avançada" e foi, "em geral, bem tolerada", disse a empresa.
_ Esses primeiros resultados de um ensaio de fase três (a última antes da comercialização) para uma vacina contra chikungunya significam que estamos um passo mais perto de abordar esta importante, crescente e não atendida ameaça à saúde pública _ afirmou o diretor médico da Valneva, Juan Carlos Jaramillo.
Os resultados definitivos são esperados para os próximos seis meses.
Além de uma vacina contra o chikungunya, a Valneva também está desenvolvendo um imunizante contra a covid-19, atualmente na fase três de testes clínicos. E seu soro contra a doença de Lyme, transmitida pelo carrapato, se encontra na fase dois de testes clínicos em humanos, a etapa intermediária para garantir sua eficácia.
Sintomas da febre chikungunya
Os sintomas da febre chikungunya incluem febre alta, dores pelo corpo e dor de cabeça moderada. Também é comum o paciente apresentar pele e olhos avermelhados, além de dores nas juntas, náuseas e vômitos. O método mais eficaz para evitar a contaminação é impedir a circulação do mosquito Aedes aegypti, que se prolifera através de focos de água parada, onde deposita seus ovos.
Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. Normalmente, conforme o Ministério da Saúde, os sintomas aparecem de dois a 12 dias da picada do mosquito, período conhecido como incubação. Em casos raros, pode haver acometimento neurológico, como encefalites, síndrome de Guillain-Barré e outras complicações.