Assim como qualquer outro medicamento, as vacinas contra a covid-19 podem provocar efeitos colaterais, geralmente leves a moderados, que não representam risco, segundo os médicos. Mas muitas pessoas têm dúvidas sobre usar medicamentos para combater os sintomas que surgem em alguns casos.
GZH ouviu a médica infectologista Andrea Dal Bó, membro da Sociedade Riograndense de Infectologia (SRGI), e o médico infectologista Eduardo Sprinz, responsável pelo estudo da vacina de Oxford/AstraZeneca no Rio Grande do Sul, sobre os principais efeitos colaterais, as chances de que eles ocorram e quais medicamentos podem ser usados nesses casos.
Principais feitos colaterais
As reações variam de acordo com as vacinas, conforme os estudos realizados com os imunizantes. Na CoronaVac, a maioria dos vacinados não teve sintomas. Apenas 3% deles apresentaram dor no local da aplicação ou sensação de febre. Quanto à AstraZeneca, uma em cada quatro pessoas teve reações sistêmicas, como dores musculares, febre, mal-estar e calafrios. A vacina da Pfizer também pode dar dor no local da aplicação, sensação febril e enjoo.
Período da reação
Enquanto com a vacina da AstraZeneca geralmente a reação sistêmica ocorre após a primeira dose, na da Pfizer é um pouco diferente: pode ocorrer depois da segunda dose e também não dura mais do que dois dias.
Uso do paracetamol
Para reduzir os efeitos colaterais da AstraZeneca, recomenda-se o uso de paracetamol nas 24 horas seguintes, tomando um comprimido/dose a cada seis horas, podendo ser de 500mg ou 750mg. Nos estudos sobre a vacina, houve redução de 20% nas reações no grupo testado com paracetamol.
Também se recomenda o uso de paracetamol aos que tiverem efeitos colaterais após serem vacinados com o produto da Pfizer.
AstraZeneca x CoronaVac
Teoricamente, a CoronaVac é a vacina utilizada hoje no Brasil com menos efeitos sistêmicos. A explicação se dá pela plataforma em que os imunizantes são feitos: a CoronaVac é produzida a partir do vírus inativo, enquanto a da AstraZeneca tem o vetor viral. As pessoas têm a reação normalmente devido ao vetor viral, que é a capa de um vírus que dá resfriado. Os efeitos colaterais graves são raríssimos, e esse é o ponto chave. As vacinas são seguras e salvam vidas.
Uso de aspirina
Não é recomendado o uso de aspirina, pois não há estudo envolvendo o medicamento. Se usado em doses altas, pode diminuir a quantidade de plaquetas no organismo.
Uso de álcool
O uso de bebida alcoólica não é recomendado de 24 a 48 horas após a vacinação, pois o uso em excesso pode se confundir com os efeitos colaterais que podem ocorrer depois da vacinação.
Como notificar casos de efeitos adversos
Mesmo sem saber se o efeito causado após a aplicação é devido à vacina, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ser notificada. Qualquer cidadão pode realizar a notificação por meio do sistema eletrônico VigiMed.