Saúde

CoronaVac

"É de responsabilidade dos municípios treinar os aplicadores", diz Dimas Covas sobre relatos de frascos com menos doses no RS

Diretor do Instituto Butantan garantiu que não há falhas no processo de envasamento do imunizante

GZH

Sergio Andrade / Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, deu entrevista à Radio Gaúcha na manhã desta terça-feira

Apesar de 127 municípios gaúchos terem relatado que receberam lotes da vacina CoronaVac com menos doses do que o indicado nos protocolos, tendo, inclusive, encaminhado reclamações à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, garante que não há falhas no processo de envasamento do imunizante.

Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (13), Covas argumentou — na mesma linha de uma nota enviada nesta semana pelo Instituo Butantan sobre o assunto — que a redução de doses está associada a problemas técnicos na hora da retirada das doses, dentre eles o uso de seringas inadequadas. Segundo ele, cada frasco contém até 11 doses, " a fim de permitir que sejam retiradas 10 doses úteis".

— É de responsabilidade dos municípios treinar seus aplicadores, porque as doses que estão lá (nos frascos) são mais do que suficientes. A técnica para retirada é fundamental. O uso de seringas inadequadas, de grande volume, dificulta a operação. Cada frasco passa por um rigoroso controle de qualidade, é pesado, garantindo o conteúdo. Essas informações são decorrentes da utilização incorreta. O (Instituto) Butantan está fornecendo material educacional. Isso contrasta com outros municípios que estão tendo rendimento superior a 100% — afirmou o diretor do instituto ao programa Gaúcha Atualidade.

Covas também comentou sobre a limitação enfrentada pelo Instituto Butantan quanto à dependência de insumo farmacêutico ativo (IFA) vindo da China. Na última semana, sinalizou-se que a instituição poderia interromper a produção de imunizantes por falta de matéria-prima importada.

— O (Instituto) Butantan está produzindo essa vacina na sua capacidade máxima, próximo de 1 milhão de doses por dia. Agora, o problema principal não é a capacidade de produção, mas a disponibilidade de matéria-prima, dependemos da matéria-prima que vem da China, isso nos limita — disse.

Covas atribuiu o impasse relacionado aos insumos ao fechamento tardio de contratos com o governo federal.

— Na realidade, os contratos que o Ministério da Saúde fez com o (Instituto) Butantan foram tardios. O primeiro, assinado em 7 de janeiro, o segundo no final de fevereiro. Óbvio que isso atrasa, o mercado mundial de vacinas está aquecido. Isso limitou a oferta em termos de volume, estamos tentando adiantar o cronograma, mas o mundo inteiro está atrás de vacinas e o Butantan faz a sua parte — afirmou.


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