Das 285 denúncias de supostas irregularidades na fila de vacinação recebidas pelo Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul até sexta-feira (29), a maioria é de inversão de prioridades dentro de um mesmo grupo: profissionais da área de saúde. São casos de pessoas que trabalham no ramo, mas teriam sido imunizadas antes de colegas cuja vacinação deveria ter sido priorizada.
Até por isso, não são considerados casos graves de inversão de prioridades, já que grande parte dos profissionais de saúde está no grupo de preferência na imunização. Existem muitas suspeitas de que funcionários de setores administrativos em locais de atendimento para a covid-19 foram imunizados antes ou paralelamente aos servidores na linha de frente, quando deveriam ser vacinados depois.
Os relatos são compilados pelo Centro de Apoio Operacionais dos Direitos Humanos, Saúde e Proteção Social, Criminal e Cível e de Proteção do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Caodh). A Polícia Civil também investiga casos, em paralelo.
Moradores de pelo menos 17 municípios enviaram relatos de supostos fura-filas ao Ministério Público e à Polícia Civil. Confira algumas situações que expostas nas redes sociais e que serão checadas pelas autoridades:
Alvorada – três servidores com Cargo Comissionado na farmácia pública do município teriam sido imunizados antes dos funcionários de postos de saúde e do hospital. Eles alegam que atendem público de risco.
Piratini – cinco funcionários de farmácias privadas foram imunizados no mesmo dia de servidores de postos de saúde e hospital. A prefeitura diz que isso ocorreu porque sobraram vacinas.
Butiá – duas funcionárias de farmácia privada teriam sido imunizadas no mesmo dia de servidores de postos de saúde e hospital. Elas alegam que aplicam testes de covid-19 em suspeitos de ter a doença.
Guaíba – um médico que atua apenas em consultório teria sido vacinado.
Bagé – uma servidora municipal teria sido priorizada na imunização em detrimento de servidores da saúde. Ela alega que atua na área de saúde, mesmo que administrativamente.
Gramado – servidores administrativos de um residencial de idosos, privado, teriam sido imunizados antes de pessoas que atendem em postos de saúde. A informação é checada.
Passo Fundo – adolescente filho de servidora de residencial de idosos.
Miraguaí – um político teria sido priorizado.
Cândido Godoy – um servidor administrativo da área de saúde teria sido priorizado na vacinação.
Vale Real - servidores administrativos da área de saúde teriam sido priorizados.
Alegria - um político teria recebido vacina.
São José do Herval - servidores administrativos da área de saúde teriam sido priorizados.
Arroio Grande – um servidor administrativo da área de saúde teria sido priorizado.
Porto Alegre – uma servidora administrativa teria sido priorizada.
Capão do Cipó – um político teria sido priorizado.
Canoas – um servidor administrativo teria sido priorizado.
Santa Maria - cinco servidores administrativos teriam sido priorizados.