Correção: o primeiro avião leva nove pacientes de Rondônia para o Rio Grande do Sul, e não 15 como publicado entre 18h16min e 19h50min de 26 de janeiro. O texto já foi corrigido.
Com apenas quatro leitos de terapia intensiva disponíveis nesta terça-feira (26), o governo de Rondônia começa na próxima madrugada a transferir pacientes com a covid-19 para o Rio Grande do Sul. O avião que trará, inicialmente, nove pessoas acometidas pela doença deve pousar no aeroporto Salgado Filho entre 1h e 2h. Eles serão levados para dois hospitais da Capital e para o Hospital Universitário de Canoas. A decisão sobre quem vai para onde será tomada na chegada. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), são esperados mais 41 pacientes nos próximos dias.
Os pacientes que chegarão ao Rio Grande do Sul não estão em estado grave, segundo o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o chefe do Executivo municipal explicou que a transferência ajudará a liberar as equipes de saúde para atender os casos mais graves de covid-19. O Grupo Hospitalar Conceição, o Hospital de Clínicas e o Hospital Universitário de Canoas receberão, nesta madrugada, quatro pacientes cada um.
As autoridades de saúde do Rio Grande do Sul reforçaram os protocolos de avaliação desses pacientes. Antes do desembarque, eles serão examinados dentro do avião. Conforme a SES, eles ficarão isolados de outros pacientes com covid-19. A medida serve como precaução por causa de uma possível nova variante do coronavírus encontrada na região Norte do Brasil.
Conforme a secretaria, a chegada dos rondonienses não impacta o cálculo das bandeiras do modelo de Distanciamento Controlado. Os pacientes ocuparão leitos clínicos, cujo percentual de ocupação está baixo neste momento — menos de 25%. Por se tratarem de pessoas vindas de outro Estado, os hospitais não irão incluir os leitos utilizados no painel de acompanhamento da taxa de ocupação no Rio Grande do Sul.
O Estado do Norte do país vive um aumento no número de hospitalizações de pacientes com a covid-19. Com cerca de 1,7 milhão de habitantes, Rondônia registrou, até esta terça-feira (26), 118 mil casos da doença, com 2.128 mortes desde o início da epidemia. Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, a ocupação de leitos de UTI estava em 97,7% nesta terça-feira.
Além do Rio Grande do Sul, o governo de Rondônia informou que outros 15 pacientes serão encaminhados para hospitais de Curitiba, no Paraná. A prefeitura da capital paranaense informou que preparou uma ala com 30 leitos em dois hospitais da cidade para os pacientes transferidos de Rondônia.
Investigação em Rondônia
O Ministério Público (MP) de Rondônia está apurando a discrepância entre o número de leitos informados nos Relatórios Epidemiológicos da covid-19 com aqueles que eram efetivamente colocados à disposição da população. Um inquérito civil foi instaurado para apurar supostas fraudes nos relatórios de leitos existentes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo a denúncia, o governo estadual escondeu o real número vagas de UTI para evitar que fosse obrigado a decretar medidas mais rígidas de isolamento social. Por meio de nota, o MP afirma que a instauração do inquérito busca apurar a situação "que poderá configurar crime de falsidade ideológica, que teria contribuído para o agravamento caótico do sistema de saúde, podendo constituir também prática de improbidade administrativa".