Em meio aos receios de que o Brasil interrompa a campanha de vacinação por falta de doses, pesquisadores de duas universidades da Finlândia procuraram o governo brasileiro para firmar uma parceria no desenvolvimento de uma nova vacina contra o coronavírus.
O acordo serviria para realizar a fase 3 do estudo no Brasil entre junho e julho deste ano. Em seguida, as universidades finlandesas fariam a transferência de tecnologia (ensinar o passo a passo) para fabricação do imunizante por aqui – a mesma negociação foi fechada pelo Instituto Butantan com a SinoVac e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a AstraZeneca.
As informações foram apuradas em primeira mão pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmadas a GZH pela Embaixada da Finlândia no Brasil, que contatou a Embaixada do Brasil em Helsinque.
A vacina está sendo desenvolvida por cientistas da Universidade de Helsinque e da University of Eastern Finland.
Os pesquisadores buscaram a Embaixada do Brasil em Helsinque, e o pedido foi repassado para o Ministério das Relações Exteriores e para o Ministério da Saúde. Em seguida, a Saúde teria dado prazo de uma semana para a Fiocruz responder sobre a proposta.
Finlândia e Brasil teriam interesse na negociação e, por isso, a Embaixada da Finlândia teria pedido “ação urgente".
Segundo o site da University of Eastern Finland, a vacina é desenvolvida com a tecnologia de vetor viral de adenovírus – ou seja, um vírus de resfriado é modificado para conter um pedacinho do Sars-Cov-2 e despertar a resposta imunológica do organismo.
A instituição divulgou, em abril do ano passado, que a vacina seria aplicada na forma de um spray nasal. Para os estudos, a University of Eastern Finland cita que recebeu 1 bilhão de euros da Academy of Finland, órgão do governo finlandês para o financiamento da ciência.
Um dos coordenadores do estudo, o professor Seppo Ylä-Herttuala, já pesquisava a tecnologia de vetor viral com adenovírus para a terapia genética contra o câncer e doenças cardiovasculares.
GZH procurou a Fiocruz e os ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria. O texto será atualizado conforme as respostas forem enviadas.
Hoje, há cerca de 200 vacinas contra o coronavírus sendo desenvolvidas ao redor do mundo.