O lançamento oficial da campanha Meu Legado Salva, em favor da doação de órgãos, nesta sexta-feira (6) contará com um toque especial: a apresentação do espetáculo Começar Outra Vez. A peça terá apresentação única e gratuita, às 18h55, no teatro do prédio 40 da PUCRS. A retirada dos ingressos pode ser feita neste link.
A campanha é uma iniciativa do Hospital São Lucas (HSL), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Além do espetáculo, o HSL deixou a iniciativa mais robusta ao colher depoimentos de receptores de órgãos, de profissionais envolvidos no processo de doação e ao tirar dúvidas de interessados. Dagoberto Rocha, enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO 2), explica que o diálogo é chave para reforçar a importância deste ato junto à população.
A peça Começar Outra Vez foi interpretada pela primeira vez em 2007, pelo ator — já falecido — Northon Nascimento, que recebeu transplante de coração em 2003, e sua esposa, a atriz Kely Nascimento. Na história, se contam as dificuldades no cotidiano de um casal que não se comunica e que não conhece a vontade do outro, tudo de forma divertida.
— Falar sobre doar é falar sobre morte. E a arte nos ajuda a abordar este tema tão delicado de um jeito menos dolorido — diz Rocha que assistiu ao Começar Outra Vez em 2017, e por isso convidou Kely, viúva de Northon, para apresentar a peça em Porto Alegre.
A atriz, que viveu na pele a espera por um doador para o ex-esposo aborda o quão relevante é disseminar informações sobre o assunto.
— Nossa proposta é mostrar que, quando uma pessoa se vai, ela pode salvar outras oito. E a família precisa ter acesso a esse tipo de informação e se conscientizar que este ato (a doação) prolonga a vida e a permanência de outras tantas vidas — diz Kely.
Do ano passado para cá, o HSL aumentou em 30% o número de doações de órgãos. Apesar disso, no Rio Grande do Sul, 40% das famílias não autorizam a doação após o falecimento do seu familiar. Segundo o HSL, entre os motivos apresentados para a negativa estão o desconhecimento do desejo do falecido, o descontentamento com o atendimento hospitalar e a não compreensão da morte encefálica.
Para melhorar estes índices, a Organização de Procura de Órgãos (OPO 2), se dedica à instrumentalização de equipes médicas e assistenciais para falar sobre o tema e acolher os familiares. Como resultado desta iniciativa, foi contabilizado, de 2011 até o momento, 550 doações.