Os centros de controle e vigilância do Estado têm no calor e nas fortes pancadas de chuva dois dos maiores entraves no combate à proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da febre amarela, do zika vírus e da febre chikungunya. Na última sexta-feira (1º), o segundo caso de dengue autóctone — quando é contraído dentro do próprio Estado — foi confirmado em 2019, em um morador de Cândido Godói, no Noroeste. As contaminações por dengue dentro do território gaúcho não ocorriam desde dezembro de 2017.
As temperaturas recordes preocupam a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Tani Ranieri.
— Não temos como encontrar apenas um motivo para a volta da dengue, mas certamente a situação do clima, combinação de calor e umidade, com muita chuva, propicia a proliferação. E os próprios mosquitos já nascem infectados, em regiões com alta incidência — explica.
Além dos autóctones, há ainda o registro de sete casos importados, de pessoas que foram contaminadas em outros Estados, além de 44 ainda sob investigação.
Na tentativa de combater a reprodução dos insetos, o governo do Estado vai distribuir R$ 4,5 milhões para os 320 municípios considerados infestados. Segundo a chefe da divisão de vigilância ambiental em saúde, Lúcia Mardini, a verba será destinada para campanhas de prevenção.
— O recurso está sendo repassado para os planos de ação, e também para compra de uniforme, impressão de folhetos para trabalhar com a população — orienta Mardini, ressaltando que os municípios menores receberão cerca de R$ 4 mil para as ações.
As cidades não precisam investir os valores repassados em compra de veneno para pulverizar as áreas com focos do mosquito. Essa responsabilidade é do Ministério da Saúde, com distribuição do Estado.
Entre 2016 e 2018, o Estado treinou mais de 4 mil agentes comunitários, vinculados às prefeituras, para trabalhar no combateà dengue em todo o RS.