A Santa Casa de Porto Alegre é o primeiro hospital da América Latina a contar com um equipamento computadorizado de reabilitação robótica que auxilia pacientes com dificuldades motoras a restabelecerem os movimentos em menos tempo. Trata-se de uma prancha ortostática (que coloca a pessoa em pé) com eletroestimulação de membros inferiores.
— Ele é indicado para três situações: quem não se movimenta, quem tem movimento parcial ou quem se movimenta, mas tem fraqueza — enumera o coordenador do Serviço de Fisioterapia da Santa Casa, Rodrigo Plentz, que também leciona na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Agindo de forma parecida, porém mais avançada, do que os aparelhos de eletroestimulação usados para fins de exercícios físicos, o Erigo é indicado para reabilitação precoce de todas as situações nas quais o paciente tenha perda de movimento aguda, como doenças neurológicas, cirurgias de grande ou pequeno porte, doenças cardíacas ou respiratórias, diz Plentz. O aparelho pode ser usado tanto na UTI quanto no ambulatório.
— Ele faz com que a pessoa consiga, rapidamente, ficar em pé, caminhar e desenvolver melhorias gerais — completa o professor.
Foi isso que aconteceu com Emílio Clóvis Schneider, 50 anos, que sofre de neuropatia motora multifocal, problema que acarreta na perda progressiva de movimentos. Morador de Estrela, o aposentado foi o primeiro paciente a utilizar a tecnologia.
— Estava sem mexer direito as pernas. Entrei e saí de cadeira de rodas, mas a minha mobilidade melhorou muito. Não caminho, mas, agora, consigo ficar em pé sozinho, o que não conseguia antes — afirma.
Internado por mais de 30 dias no Hospital São José da Santa Casa, Schneider passou por oito sessões no equipamento, recebeu alta no último sábado (8) e deve manter o tratamento em Porto Alegre.
— As únicas coisas que não podemos perder é a esperança e a fé — diz, sobre a expectativa de voltar a caminhar.
De acordo com Plentz, dependendo do diagnóstico clínico, a eletroestimulação pode promover a recuperação muscular e neuronal a ponto de reaver os movimentos do paciente. Disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a utilização do equipamento vai depender da indicação médica e necessidade do paciente. O Erigo foi adquirido por meio de recursos oriundos do Fundo do Idoso.