O governo do Estado deve cerca de R$ 885 milhões para a área da saúde. Valor é resultado da soma de R$ 675 milhões em atraso com os municípios e R$ 210 milhões em dívida com os hospitais filantrópicos. De acordo com o presidente do Conselho dos Secretários Municipais da Saúde do Rio Grande do Sul (Cosem-RS), Diego Espíndola, o montante cresce a cada dia:
— Até mesmo aqueles municípios que têm os recursos judicializados não estão recebendo.
Para Espíndola, que é secretário da Saúde em Piratini, no sul do Estado, as prefeituras precisariam receber, pelo menos, a metade do valor para chegar ao fim do ano com as estruturas abertas.
— Estamos chegando perto do colapso — alerta.
Em novembro, a Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) divulgou que o governo Sartori acumulava dívida de R$ 500 milhões com as prefeituras na área da saúde. O montante foi atualizado nesta segunda-feira (3) pelo Cosem-RS. Já a dívida com os hospitais subiu de R$ 155 milhões para R$ 210 milhões, de acordo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos. Os repasses para as instituições estão atrasados desde agosto deste ano.
Em levantamento de GaúchaZH, pelo menos 30 hospitais de 28 municípios estão com algum tipo de restrição no atendimento. Para tentar resolver essa questão, uma reunião está marcada, para essa terça-feira (4), entre Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) e a entidade das santas casas.
Esses R$ 675 milhões incluem pendências com as administrações municipais que vêm se arrastando meses a fio – no montante, há, inclusive, repasses remanescentes do governo Tarso Genro (PT), que foram assumidos por José Ivo Sartori (MDB) e seguem sem solução. O dinheiro deveria ter sido destinado a programas como Estratégia Saúde da Família e Primeira Infância Melhor, e aplicado na manutenção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) repassou, no dia 22 de novembro, R$ 20 milhões referentes ao mês de outubro para todos os hospitais que recebem por serviços de alta e média complexidade – são mais de 200 instituições. No entanto, o governo não tem prazo para pagar toda a dívida que tem com os municípios e hospitais na área da saúde.
Confira lista de hospitais com restrição de atendimentos
Agudo – Hospital de Agudo
Camaquã - Hospital Nossa Senhora Aparecida
Canguçu - Hospital Canguçu
Canoas - Hospital de Pronto Socorro, Hospital Universitário e Hospital Nossa Senhora das Graças
Cerro Largo – Hospital da Caridade Serro Azul
Cruz Alta - Hospital São Vicente de Paulo
Encruzilhada do Sul - Hospital Santa Bárbara
Ijuí - Hospital de Caridade
Itaqui - Hospital São Patrício
Lagoa Vermelha - Santa Casa de Lagoa Vermelha
Montenegro - Hospital Montenegro
Novo Hamburgo - Hospital Municipal de Novo Hamburgo
Panambi - Hospital Panambi
Pedro Osório – Santa Casa de Pedro Osório
Pelotas – Santa Casa de Pelotas
Piratini – Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição
Planalto – Hospital Nossa Senhora Medianeira
Rio Grande - Santa Casa de Rio Grande
Santa Cruz do Sul – Hospital Santa Cruz
Santana do Livramento – Santa Casa de Santana do Livramento
São Leopoldo - Hospital Centenário
São Lourenço do Sul - Santa Casa de São Lourenço do Sul
Sapucaia do Sul - Hospital Getúlio Vargas
Soledade – Hospital de Caridade Frei Clemente
Taquara - Hospital Bom Jesus
Teutônia – Hospital Ouro Branco
Uruguaiana - Santa Casa de Uruguaiana
Vacaria - Hospital Nossa Senhora da Oliveira