O vírus do sarampo segue circulando na Capital. Seis novos casos foram registrados em Porto Alegre, o que eleva para 36 o número total de casos da doença em 2018 na cidade. No Rio Grande do Sul, são 43 casos registrados neste ano, conforme boletim divulgado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) nesta sexta-feira (19).
Do total de pessoas que contraíram a doença, 92,7% não foram vacinadas ou não têm o registro da carteira de vacinação. Além de Porto Alegre, houve três registros em Viamão, dois em Alvorada, um em Vacaria e um em São Luiz Gonzaga. A situação na Capital é a que mais chama a atenção porque é a única cidade que registrou a doença nos últimos dois meses, o que indica que o vírus segue circulando. Os últimos casos no Rio Grande do Sul haviam sido registrados em 2011.
A faixa etária mais atingida, segundo dados do CEVS, é a de jovens entre 15 e 29 anos: 77% do total de pessoas que contraíram a doença estão incluídas nesta faixa. Para tentar conter o surto e alcançar a população desta idade, a prefeitura vai promover vacinação em 130 escolas da Capital nos próximos dias, além de pedir ajuda ao Exército para imunizar militares dentro dos quartéis. A prefeitura também estuda uma parceria com universidades.
A vacinação é considerada a estratégia mais eficaz para eliminar a circulação do vírus. Além das novas ações junto à população de 15 a 29 anos, estão sendo colocadas em prática alterações nos fluxos de trabalho na Secretaria Municipal de Saúde. Funcionários da área da saúde terão a situação vacinal revisada e haverá mudanças em questões administrativas.
O sarampo voltou a circular no Brasil este ano e já soma mais de 2 mil casos, a maioria deles em Roraima e no Amazonas. Dez mortes já foram confirmadas no país. Considerado livre da doença desde 2016, o Brasil corre o risco de perder o certificado de eliminação do sarampo em fevereiro de 2019. O critério adotado para a transmissão sustentada é de que o surto se mantenha no país por 12 meses.
Os sintomas incluem febre e exantema maculopapular (manchas vermelhas na pele), acompanhados de um ou mais dos seguintes: tosse, coriza e/ou conjuntivite. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, passou a ser aplicada em 1997 e é indicada no calendário básico quando a criança completa um ano. Aos 15 meses, a criança deve ser imunizada com a vacina tetraviral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela. A imunização está disponível na rede pública de saúde durante todo o ano.