O pente-fino do INSS realizado desde agosto de 2016 na concessão de benefícios de auxílio-doença já gerou uma economia de R$ 1,2 bilhão só no Rio Grande do Sul. E o número deve chegar a R$ 2 bilhões até o fim do ano, prevê o Ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame.
- Mantido o cancelamento em torno de 80% de benefícios que estão sendo revisados, estamos projetando essa economia apenas para o auxilio-doença — afirmou o ministro.
A projeção do governo federal leva em conta o ritmo das perícias, que cresceu substancialmente no último ano. Em 2017, 252 mil pessoas foram convocadas pelo INSS para a revisão. De março a julho, foram realizadas 600 mil. O Estado tem 185 mil benefícios em revisão, o que representa mais de 10% de todos os pagamentos sob suspeita no Brasil, que chegam a 1,52 milhão.
Foram identificados, no Rio Grande do Sul, 91 mil beneficiários de auxílio doença que não passavam por qualquer perícia nos últimos dois anos. Destes, 71.820 foram cancelados.
Com as revisões, neste ano a folha para pagamento de auxílios-doença no Brasil reduziu de R$ 28 bilhões para R$ 23 bilhões.
Não entram no cálculo, segundo o ministro, as revisões de aposentadorias por invalidez. Isso porque após constatada irregularidade, o beneficiário segue recebendo por 18 meses com restrições: durante seis meses o valor integral, mais seis meses com 50% do total e os últimos seis meses recebendo 25% do que tinha direito inicialmente.
Desde 2016, 6.209 aposentadorias foram canceladas no pente-fino, de um total de 94,6 mil sendo questionadas.
O ministro nega que quem ainda não realizou a primeira consulta possa enfrentar problemas para consegui-la por conta do reforço no pente-fino.
- Reforçamos as equipes. A média nacional do tempo de espera da primeira perícia, que era de 35 dias, já caiu para 22 dias — afirmou Beltrame.