A prefeitura da cidade de Gaspar, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, divulgou nesta terça-feira (23) a confirmação de que uma mulher de 57 anos moradora da cidade morreu por conta da febre amarela. Ela teria contraído a doença em uma viagem ao interior de São Paulo e morreu no Hospital Santa Isabel, em Blumenau, na última quarta-feira (17).
O caso estava sendo investigado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado e foi confirmado como a segunda morte por febre amarela em Santa Catarina no ano. Antes, foi registrada a morte de um morador de Lajeado Grande, no oeste do Estado – que também havia viajado para o interior de São Paulo.
Como ainda não foram registrados focos da febre amarela em Santa Catarina, a vigilância epidemiológica pede que apenas moradores que vão viajar para áreas de risco tomem a vacina nos postos de saúde. A procura aumentou muito nas últimas semanas e, em algumas unidades na região, chegou a faltar medicação.
O que é febre amarela
É uma doença febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquitos).
Quais os sintomas
Os primeiros sintomas são inespecíficos, como febre, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas, dores musculares generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. Após esse período inicial, geralmente ocorre declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando uma sensação de melhora no paciente. Em poucas horas (no máximo, um ou dois dias) reaparece a febre. A diarreia e os vômitos ficam com aspecto de borra de café.
Silvestre ou urbana?
Existem dois tipos de febre amarela: silvestre e urbana, e o vírus transmitido é o mesmo. A diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão. Na urbana, o vírus é transmitido ao homem pelo mosquito Aedes aegypti. Na silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus, e os macacos são os principais hospedeiros. Assim, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada entra em uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado. No Brasil, não há registro de febre do tipo urbana desde 1942. Os casos registrados atualmente no país são classificados como silvestre.
Onde se vacinar?
No Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), há vacinas disponíveis em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todos os municípios. A vacina também está disponível em clínicas particulares.
Para quem a vacina é contraindicada
- Pacientes com imunodeficiência primária ou adquirida;
- Indivíduos com imunossupressão secundária à doença ou terapias;
- Imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas);
- Pacientes em uso de medicações anti-metabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença (Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe);
- Transplantados e pacientes com doença oncológica em quimioterapia;
- Indivíduos que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina;
- Indivíduos com reação alérgica grave ao ovo;
- Pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).
Pretende viajar ao Exterior? Saiba o que fazer
Para comprovar que tomou a vacina, na hora de viajar ao Exterior, é necessário apresentar o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), conforme definido no Regulamento Sanitário Internacional. O documento é emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fique atento: para as viagens ao Exterior, é preciso ser imunizado com a dose única (como a que é aplicada no Rio Grande do Sul).
Países que exigem o certificado
Afeganistão, Albânia, Argélia, Angola, Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Bahrein, Bangladesh, Barbados, Belize, Benin, Butão, Bolívia, Botsuana, Países Baixos Caribenhos, Brasil, Brunei, Burkina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camboja, Camarões, República Centro-Africana, Chade, China, Ilha do Natal, Colômbia, Congo, Costa Rica, Costa do Marfim, Cuba, Curaçao, República Popular Democrática da Coreia, República Democrática do Congo, Djibouti, Dominica, Egito, El Salvador, Equatorial Guinea, Eritreia, Etiópia, Fiji, Guiana Francesa, Polinésia Francesa, Gabão, Gâmbia, Gana, Grenada, Guadalupe, Guatemala, Guiné, Guiné-Bissau, Guiana, Haiti, Honduras, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Jamaica, Jordânia, Cazaquistão, Quênia, Kiribati, Quirguistão, República Democrática Popular do Lao, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malawi, Malásia, Maldivas, Mali, Malta, Martinica, Mauritânia, Maurícia, Mayotte, Montserrat, Moçambique, Myanmar, Namíbia, Nauru, Nepal, Nova Caledônia, Níger, Nigéria, Niue, Omã, Paquistão, Panamá, Paraguai, Filipinas, Ilhas Pitcairn, Reunião, Ruanda, São Bartolomeu, Santa Helena, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Martinho, São Vicente e Granadinas, Samoa, São Tomé e Príncipe, Arábia Saudita, Senegal, Seychelles, Serra Leoa, Singapura, São Martinho, Ilhas Salomão, Somália, África do Sul, Sudão do Sul, Sri Lanka, Sudão, Suriname, Suazilândia, Tailândia, Timor Leste, Togo, Tristão da Cunha, Trinidade e Tobago, Uganda, República Unida da Tanzânia, Venezuela, Vietnã, Wallis e Futuna, Zâmbia, Zimbábue.
Como solicitar o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia?
1º Passo: tomar a vacina exigida. O interessado pode obter a vacina gratuitamente em um posto de saúde do SUS ou deve procurar os serviços de vacinação privados credenciados.
Fique atento: a vacina contra a febre amarela deve ser tomada com antecedência de, no mínimo, 10 dias antes da viagem.
2º Passo: realizar o pré-cadastro no Sispafra. Para agilizar a emissão do certificado, o interessado deve realizar um pré-cadastro no site da Anvisa.
Fique atento: nos Centros de Orientação do Viajante (COV), onde o agendamento está disponível, o pré-cadastro é obrigatório.
3ª Passo: comparecer ao estabelecimento que emitirá o CIVP. Para a emissão do CIVP, é imprescindível a presença física do interessado uma vez que a emissão está condicionada à assinatura do viajante, conforme previsto na RDC nº 21 de 31/03/2008, inciso III do Art. 1º do Anexo II.
Fique atento: entre em contato diretamente com o Centro de Orientação mais próximo para saber precisamente o seu horário de funcionamento. No Rio Grande do Sul, há unidades em diferentes cidades.
4ª Passo: apresentar a documentação necessária para emissão do CIVP.
- O interessado deve apresentar o cartão nacional de vacinação e um documento de identidade original com foto.
- O cartão deve estar preenchido corretamente com a data de administração, fabricante e lote da vacina, assinatura do profissional que realizou a aplicação e identificação da unidade de saúde onde ocorreu a aplicação da vacina.
- São aceitos como documentos de identidade a Carteira de Identidade (RG), o Passaporte, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida, entre outros documentos. A apresentação da certidão de nascimento é aceita para menores de 18 anos. A população indígena que não possui documentação está dispensada da apresentação de documento de identidade.
Fique atento: é preciso apresentar comprovante de viagem ao país com exigência do CIVP.
Criança/adolescente menor de 18 anos: não é necessária a presença da criança ou do adolescente menor de 18 anos quando os pais ou responsáveis deste solicitarem a emissão do seu CIVP nos Centros de Orientação para a Saúde do Viajante.
Fique atento: crianças a partir de nove meses já começam o esquema de vacinação.
E quem não pode tomar a vacina contra a febre amarela?
- Para casos em que a vacinação for contraindicada, o viajante deverá apresentar um Atestado Médico de Isenção de Vacinação, escrito em inglês ou francês.
- As informações de atestados médicos contraindicando a vacinação podem ser inseridas no Sispafra para emissão do Certificado de Isenção de Vacinação. Essa forma de documentação tem a mesma validade e reconhecimento internacional que o atestado realizado por um médico em inglês ou francês.
Fique atento: o Regulamento Sanitário Internacional (RSI) estabelece que as autoridades de saúde devem considerar esse documento, porém poderão ainda ser aplicadas outras medidas de controle pelo país de destino.