Os estoques de comida estão acabando no Hospital Universitário (HU) de Canoas. Com a falta de leite e pão, funcionários não receberam o café da manhã nesta terça-feira (13). Já no almoço, a carne foi substituída por ovo.
O problema ocorre devido a um impasse entre o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), responsável pela administração do hospital, e a empresa Gabriela Lugoch, terceirizada que faz a gestão do restaurante para os servidores e fornece alimentação para os pacientes.
A Lugoch alega que o Gamp não está repassando os recursos à empresa. Cerca de 80 funcionários estão sem receber salários.
A gerente administrativa da Lugoch, Tânia Koefender, afirma que, por duas vezes, conseguiu pagar os salários dos funcionários por meio de liminares na Justiça. Porém, a situação ficou insustentável. Segundo ela, com a falta de repasses, pagamento a fornecedores também não estão sendo feitos.
– Estamos priorizando o que ainda temos aos pacientes. Mas não sabemos até onde isto será possível – conta.
Já o Gamp nega a falta de pagamentos e critica os serviços prestados pela Lugoch. Em nota, o grupo informa que notificou a empresa em janeiro devido ao "não cumprimento de exigências" – como pagamento de salários e direitos trabalhistas – e à "baixa qualidade do serviço prestado".
Ainda de acordo com o Gamp, dois pagamentos foram feitos em juízo, totalizando quase R$ 1 milhão. "O Gamp vai apresentar uma petição ao juiz da ação para que o contrato com a empresa (Lugoch) seja rescindido, a fim de que outra prestadora de serviço seja contratada e o fornecimento seja restabelecido", diz a nota.
Procurada, a prefeitura de Canoas afirma que o Gamp está cumprindo o contrato e não há problemas ou irregularidades com a gestão pública.