A adesão à greve dos médicos terceirizados que atuam na rede municipal de saúde de Bento Gonçalves chega a 70%, conforme a prefeitura. O Sindicato da categoria ainda não divulgou uma estimativa de adesão. Segundo o secretário municipal da Saúde, Diogo Siqueira, o impacto da paralisação é significativo especialmente nos postos de saúde que estão praticamente sem consultas. Na UPA, apenas os casos de urgência e emergência são atendidos. O funcionamento é mantido pelo sistema de rodízio dos médicos. A greve ocorre em função do atraso no pagamento de salários dos profissionais contratados pela Fundação Araucária, que é terceirizada pela prefeitura para fornecer funcionários que atuam na rede pública.
Segundo a Secretaria Municipal de Finanças, 1,3 milhões devem ser pagos à empresa até a sexta-feira (13). O presidente da Fundação Araucária, Elmo Centenaro, afirma que esse valor vai possibilitar o pagamento integral da folha de janeiro para todos os contratados, inclusive os médicos. Porém, segundo ele, o recurso não deve ser suficiente para quitar o 13º salário de forma integral, o que também motiva o movimento grevista.
O secretário Municipal da Saúde, Diogo Siqueira, diz que existe a expectativa de conseguir fazer um repasse maior à fundação nos próximos dias e, com isso, normalizar o atendimento. Mas não existe uma data para isso. Para os próximos meses, o objetivo é adequar o número de funcionários conforme a capacidade de pagamento e de forma a garantir o atendimento.
A dificuldade para manter o pagamento regular à Fundação Araucária está ligada a atrasos nos repasses do Estado. Conforme a prefeitura, a dívida do governo estadual é atualmente de cerca de R$ 6 milhões. A administração municipal também tenta conseguir com a União o repasse retroativo ao período que a UPA funcionou sem o credenciamento do Ministério da Saúde, entre junho de 2015 e outubro de 2016.