Uma dona de casa moradora de Capão do Leão, no Sul do Estado, aguarda há cinco meses a retirada de um cateter vencido do sistema urinário. O dispositivo, conhecido como "duplo j", foi colocado em 12 de outubro de 2013, como tratamento para pedras nos rins. Ele facilita a saída dos cálculos, abrindo o canal entre o rim e a bexiga. A recomendação médica prevê que o cateter fique no organismo, no máximo, por seis meses.
No entanto, Luana Karine Cruz, 32 anos, usa o cateter há quase um ano. O prazo venceu em abril. Desde então, ela aguarda uma cirurgia, via Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). Foi lá onde ela colocou o cateter, em caráter de urgência, no final da gestação.
Em 23 de abril deste ano, Luana consultou no ambulatório da Faculdade de Medicina da Ufpel e recebeu de um urologista o encaminhamento para a cirurgia. O papel ficou no ambulatório após a consulta e deveria ter sido enviado à Secretaria de Saúde de Pelotas, o que não aconteceu. O destino do documento é um mistério.
O extravio do papel coloca em risco a vida da dona de casa. A presença de um cateter "duplo j" no organismo além do tempo recomendado pode acarretar complicações como calcificação do dispositivo, obstrução urinária e infecção. Luana convive com dor.
"A dor é horrível, não se consegue urinar. Estou a base de antibióticos. O prazo de validade (do cateter) era de quatro a seis meses, isso se ele for muito resistente", relata a dona de casa.
Contatada pela reportagem, funcionários da Superintendência de Gestão Ambulatorial e Hospitalar da Secretaria da Saúde de Pelotas afirmaram que o pedido da paciente não chegou até a prefeitura. Já a assessoria do Hospital Escola da Ufpel disse não saber explicar porque o encaminhamento não foi enviado em abril.
Após o contato da reportagem, a Secretaria da Saúde e o Hospital Escola marcaram para a próxima quinta-feira (18) uma consulta para a moradora de Capão do Leão. Também prometeram agendar a cirurgia de urgência.