O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (CREA-RS) deu início à análise de documentos, certificações e procedimentos adotados na instalação do elevador na Loja Torra, no Centro de Porto Alegre. Durante o trabalho, na quarta-feira (16), Juliano das Neves Dutra, 40 anos, morreu ao sofrer queda de uma altura equivalente a quatro andares.
Na esfera administrativa, o CREA-RS requereu contratos entre as três empresas participantes da operação, a apresentação do registro profissional do engenheiro responsável e os certificados das normas regulamentadoras (NR) exigidas de quem trabalha em instalação de elevadores.
Conforme o conselheiro coordenador da Câmara Especializada em Engenharia Mecânica e Metalurgia do CREA-RS, engenheiro Luciano Grando, a entidade verificará o cumprimento dos regramentos e contribuirá com as autoridades para a apuração sobre os fatos. Segundo Grando, o profissional responsável está devidamente credenciado e a entidade está em contato com as empresas para reunir as demais documentações.
A Polícia Civil também apura as circunstâncias do acidente e aguarda pelo resultado de perícias. Nesta quinta-feira (17), o Instituto-Geral de Perícias (IGP) retornou ao prédio para verificar aspectos técnicos da instalação e do canteiro da obra. Materiais foram coletados e equipamentos foram vistoriados. Entre eles, o guincho que sustentava a plataforma onde Dutra estava apoiado quando houve a queda.
Suporte aos trabalhadores
A reportagem entrou em contato com a representação jurídica constituída pelas empresas Escal e Ever Up — a primeira foi contratada pela Torra para instalação do elevador e terceirizou a serviço para a segunda —, para prestar esclarecimentos aos procedimentos de investigação policial e apuração técnico administrativa do CREA-RS. Conforme o advogado Rafael Politano, parte dos documentos requisitados já foi entregue ao Crea-RS e à Polícia Civil.
— Contratos entre as empresas, contrato da terceirização do serviço de instalação e da responsabilidade técnica foram entregues. Estão pendentes os certificados de NRs dos trabalhadores e a forma de contrato entre eles. O colega do trabalhador acidentado nos assegurou que ambos possuem os documentos — relata o advogado.
Politano garante que as empresas representadas por ele e colegas, através do escritório Dailson dos Santos Advogados, estão prestando suporte à família de Dutra.