A cheia do Guaíba ainda deixa marcas em diversos pontos nos bairros situados na Zona Sul de Porto Alegre, assim como nos caminhos que levam até eles. Nesta segunda-feira (6), na foz da Avenida Ipiranga, se veem muitos jet-skis atracados ao lado do Anfiteatro Pôr do Sol. Voluntários partem em busca de vítimas das inundações na região das Ilhas.
No trecho esportivo da Orla, as quadras e equipamentos estão submersos. O Parque Gigante do Inter também está debaixo de muita água. No Pontal, outro ponto onde ocorrem operações de resgate, o trapiche está com água em seu piso.
Na Avenida Diário de Notícias, no bairro Cristal, a escolinha de futebol do Grêmio também está submersa. O Arroio Cavalhada, que se conecta ao Guaíba, nas imediações do Jockey Club do RS e do Golden Lake, também está com o nível da água elevado.
Perto do BarraShoppingSul, a pista da Avenida Chuí está bloqueada no sentido em direção à Avenida Padre Cacique. O motivo é a presença de muita água no trecho na altura do número 3.116. No outro sentido há água, mas os veículos conseguem trafegar.
Na Vila Assunção, há uma fila de embarcações estacionadas na Avenida Guaíba. No Sava Iate Clube, voluntários chegam, pegam barcos pequenos e colocam em carros. Em seguida, seguem para bairros como Humaitá, Navegantes e Floresta para ajudar nos resgates.
— Quem possui embarcações pequenas consegue entrar na água nesses bairros. Os barcos maiores e com motores de menor potência não têm essa possibilidade — explica o vice-comodoro administrativo do clube, Bruno Donati.
Os barcos maiores são utilizados para resgates em Guaíba. A água atingiu o restaurante na parte mais baixa do clube. A via na Avenida Guaíba está bloqueada para veículos pouco adiante do número 4127. A água chegou ao pátios das casas. E onde ficava o bar Timbuca, a água bate nos joelhos.
A psicopedagoga Carla Albuquerque, 60 anos, conta que a água alaga a Avenida Guaíba na Vila Assunção desde sábado (4). Ela não pôde sair para trabalhar nesta segunda.
— Estamos sem água e luz em casa. Meus familiares são de Bagé. Estamos pensando em ir para um hotel — diz.
No bairro Ipanema, a situação também segue crítica. A Rua Cidreira está alagada. E logo após o cruzamento com a Rua Dea Coufel, a água toma conta da via antes de se chegar ao calçadão. Os moradores já enfrentam problemas de abastecimento de água.
— Estamos dividindo a água da piscina. Onde eu moro (uma quadra para cima da Coronel Marcos), a luz só voltou hoje (segunda) e a água está bem fraquinha — relata a aposentada Thais Villarinho, 68.