A camada de lama que foi deixada pela enchente sobre ruas e calçadas em Porto Alegre será retirada manualmente. De acordo com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), os resíduos estão sendo retirado por trabalhadores da prefeitura que fazem a raspagem das vias com enxadas e os transportam com uso de carrinhos de mão.
Conforme o diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker, a primeira etapa da limpeza das vias é a retirada de entulhos como móveis e eletrodomésticos descartados pela população. A etapa seguinte é a raspagem da lama que, seca, endurece sobre as vias que não estão mais alagadas.
A terceira fase da limpeza é o uso de jatos de água com produtos químicos para retirar o restante da lama e dos resíduos acumulados. Essa etapa também é executada de forma manual, com trabalhadores que esfregam escovões sobre o piso.
— Primeiramente, retiramos os materiais descartados por quem já está limpando as suas residências. Logo após, entramos com outra equipe fazendo a raspagem, com enxadas, com material mais pesado. Isso é colocado em carrinhos de mão e levado até os caminhões. É no braço mesmo. Tem que fazer a raspagem com enxada. Quando é algo mais acumulado, (é feito) com maquinário, mas geralmente nas calçadas é feito com enxadas. Após isso, vem a lavagem. É jato de água com escovão, manual também — detalha o diretor-geral do DMLU.
O jateamento de água seguido de operação manual é o mesmo já utilizado rotineiramente para a limpeza de alguns pontos do Centro Histórico, onde ocorrem feiras e manipulação de material orgânico.
Conforme o DMLU, 17 locais da cidade, que já estão secos, estão sendo higienizados pelas equipes nesta quarta-feira (22).
Desde o dia 10, quando começou o atual esforço envolvendo as enchentes, foram retiradas 4,1 mil toneladas de resíduos das ruas (incluindo móveis e lodo).
A prefeitura contratou, nesta terça (21), por seis meses, os serviços de um aterro localizado em Gravataí para destinação do descarte extra gerado pelas inundações. O contrato prevê a destinação de 77 a 180 mil toneladas de resíduos pelo período de seis meses, ao custo de até R$ 19,4 milhões.
— Para termos segurança ambiental, assinamos um contrato com uma unidade de valorização de resíduos de Gravataí. É um aterro. Eles têm um trabalho já autorizado pela Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) para fazer a reciclagem de materiais como madeira e compensado. Isso tudo pode ser triturado e voltar. E claro, da lama e das terras que estão contaminadas, lá dão um destino correto — diz Hundertmarker.
O DMLU informa que há cerca de 500 equipamentos sendo utilizados na limpeza da cidade, incluindo caminhões, lava-jatos, hidrojatos, retroescavadeiras e pás-carregadeiras.