O dique de contenção do bairro Sarandi extravasou na manhã deste sábado (4), em Porto Alegre, inundando ruas e alcançando residências. Conforme funcionários do local, são três pontos de vazamento, que geram alagamentos na região. A Defesa Civil, porém, garante que não há rompimento. Por conta disso, a prefeitura orienta que moradores das comunidades Asa Branca, Minuano, Vila Elizabeth e Nova Brasília deixem os locais.
Moradores da região relatam que a inundação iniciou por volta da 1h, mas a cheia seguiu avançando rapidamente durante a manhã em direção à Avenida Assis Brasil. A água, inclusive, já invadiu a área da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Equipes do Exército e do Corpo de Bombeiros estão auxiliando a Defesa Civil na remoção das famílias que vivem no local com o uso de motos aquáticas e botes salva-vidas. O trânsito de automóveis a partir do cruzamento da Rua Xavier de Carvalho com a Rua Bento Rosa está bloqueado devido à enchente.
Um espaço de acolhimento seria organizado na escola Doutor Liberato Salzano Vieira da Cunha, mas o local já havia sido alcançado pela água nessa manhã. Parte dos socorridos foram levados para casas de parentes e os demais, a Defesa Civil informa que vai alocar de acordo com a disponibilidade nos abrigos da cidade.
A elevação das águas no local está sendo monitorada desde a sexta-feira pela prefeitura. Segundo a Defesa Civil, a comporta de número 14, que fica próxima da Avenida Sertório, na Zona Norte, foi a única a se romper até o momento.
Morador do bairro desde que nasceu, João Rafael Oliveira, 42 anos, conta que nunca viu nada igual. Ele, a esposa e os filhos carregaram os móveis para o segundo andar da casa e estão recendo familiares que ficaram desalojados.
— O que está assustando é a vazão da água que está subindo muito rápido. Uma hora atrás não tinha água aqui onde a gente está. Se chover, piora ainda mais — relata João.
Ele também conta que os vizinhos montaram um grupo de WhatsApp pois já houve registros de saques em residências que foram deixadas pelos moradores.
Neste sábado, o nível do Guaíba superou a marca dos 5 metros. Na sexta-feira à noite, o volume registrado na enchente de 1941, a até então maior da história de Porto Alegre, já havia sido ultrapassado.
