Canoas, na Região Metropolitana, decretou estado de calamidade pública nesta quinta-feira (2). A estimativa da prefeitura é de que 6 mil residências tenham sido atingidas pelas águas nos bairros Niterói e Mato Grande.
O cenário nas ruas do bairro Niterói é de apreensão, já que os moradores acreditam que a água pode subir ainda mais. O bairro fica próximo a um dique e ao Rio Gravataí. Segundo o Executivo municipal, a casa de bombas da região está funcionando há mais de cem horas, mas a quantidade de água é grande.
No bairro Mato Grande, a região da Praia do Paquetá foi a mais atingida. Nesta tarde, bombeiros civis retiravam moradores ilhados devido à cheia dos rios dos Sinos e Jacuí.
A técnica de enfermagem Greice de Souza Lopes, 27 anos, decidiu sair de casa junto com o marido. Carregaram com eles apenas algumas roupas e um colchão para passarem a noite na casa de um familiar.
— Ano passado, foi a mesma coisa. Hoje começou a encher a nossa casa. Erguemos tudo que conseguimos, mas não quero pensar que, quando voltarmos, podemos não ter nada — diz Greice.
Muitas pessoas resistem a deixar suas residências. Diante do risco, a RGE desligou a energia elétrica nos dois bairros. Não há previsão para que o serviço seja reestabelecido.
A prefeitura solicitou auxílio à Força Aérea Brasileira (FAB) e ao Exército, para que as pessoas sejam retiradas de casa.
As famílias que estão sendo acolhidas no Ginásio da EMEF Thiago Würth, no bairro Mathias Velho, serão transferidas para o Centro Olímpico Municipal, no bairro Igara.