Em reunião realizada na manhã deste sábado (17) com secretários municipais e representantes de serviços de água e luz, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, decidiu autorizar mais recursos para a ampliação da oferta de aluguel social – um apoio financeiro que, hoje, é de R$ 600 mensais – para moradores de áreas de risco afetadas pelo ciclone extratropical que passou entre quinta (15) e sexta-feira (16) pelo Rio Grande do Sul. Melo pretende fazer a liberação ainda no sábado.
Entre as regiões da cidade mais afetadas, o prefeito citou os bairros Cascata, onde ocorreram deslizamentos, e Morro Santana, onde morava parte das 30 pessoas que procuraram abrigo em um ginásio municipal. Melo não estimou qual será o valor destinado à ampliação do auxílio.
— Não tem dinheiro para tudo. Então, estamos selecionando os locais com maior problema e, aí, tomamos a decisão também dos nossos recursos, porque não adianta dizer que vamos acolher todos se não tem recursos para todos. Então, você pode convencer a pessoa de ir para uma pousada, um aluguel social ou receber o bônus-moradia, com os limites orçamentais que a prefeitura tem — relata o prefeito.
No total, há 80 áreas de risco médio ou alto na Capital. Segundo Melo, o desafio é evitar que outras famílias ocupem espaços nessas áreas de risco quando aquelas que conseguirem o auxílio saírem.
— Você acolhe uma pessoa e volta outra pessoa e, aí, você continua com o mesmo risco. Então, essa é uma demanda muito séria e que a gente já mede em longo prazo. O Brasil precisa ter uma política, do governo federal junto com os municípios, de cuidar das áreas de risco, para que as pessoas não voltem para essas áreas — defende o prefeito.
Além da preocupação com os moradores de áreas de risco, Melo pontuou que a prioridade é garantir a volta da energia elétrica, que ainda atingia, no final da manhã, cerca de 70 mil unidades habitacionais de Porto Alegre. A falta de eletricidade gera, consequentemente, o desabastecimento de água, que não volta de imediato quando a luz é retomada.
— Leva 12 horas para chegar na ponta. Por exemplo, a energia só voltou meia-noite na estação Belém Novo. Ou seja: só lá pelo meio-dia de hoje você tem uma certa normalidade — explica Melo.
Conforme o gestor, 45 das 132 unidades de saúde de Porto Alegre ainda estavam sem luz nesta manhã. A preocupação era de que a energia fosse retomada logo, para que o atendimento ocorra normalmente tanto nos postos de saúde como nas escolas da cidade na segunda-feira (19).