Forró, quadrilha, brincadeiras, "caipiras" por todos os lados, comidas típicas e até fogueira. Assim foi a tarde e o início da noite deste sábado (24) na Praça Brigadeiro Sampaio, no centro da Capital, que realizou a oitava edição de sua já tradicional festa junina.
A movimentação no local iniciou pelas 13h, com o público circulando por entre barraquinhas que venderam, durante toda a tarde, as comidas típicas do São João — milho verde, pipoca, amendoim e quentão foram algumas das iguarias vistas por lá. Por volta das 16h, o que se via era a criançada se divertindo com brincadeiras como a corrida no saco.
Depois, a arena infantil virou salão de baile. A banda Forrozuando subiu ao palco improvisado junto à estátua do Brigadeiro Sampaio e comandou duas horas de forró. Animado, o público, de forma espontânea, formou a tradicional quadrilha, com dezenas de pessoas no centro da praça, todas contagiadas pelo clima de São João.
Foi um momento de alegria coletiva, até mesmo para quem não arriscou entrar na dança.
— Está a coisa mais linda, muito divertido — definiu a aposentada Amenaide Fernandes, 81 anos, enquanto se balançava no ritmo da quadrilha, assistindo atentamente.
As amigas Mariana Castilhos, 22 anos, e Kennia da Silva, 21, estavam passando pela região, rumo ao Gasômetro, quando perceberam a movimentação na Praça Brigadeiro Sampaio. Mudaram o destino do passeio e ficaram por ali mesmo.
As duas aproveitaram tudo o que a festa tinha para oferecer, inclusive dançando na quadrilha — afinal, já que foram parar em uma festa junina, por que não entrar no clima por completo?
—A gente estava afim de se divertir — contou Mariana após o fim da dança, ainda secando o suor. — Gostei da experiência, foi engraçado. Ficou meio desorganizado ali uma hora, mas tudo certo, o importante é se divertir (risos) — completou, citando a coreografia da quadrilha.
— Achei muito bom encontrarmos isso aqui. Precisamos de mais coisas assim na cidade, que a gente possa curtir na rua, ao ar livre — observou Kennia.
A opinião é compartilhada pela professora aposentada Ely Tochetto, 88 anos, moradora do Centro. A idosa é frequentadora da Praça Brigadeiro Sampaio, onde costuma fazer caminhadas e exercícios físicos, mas nunca havia comparecido às festas juninas.
— Gosto muito de vir aqui, é uma praça muito familiar. Mas nunca tinha visto o lugar tão alegre assim, com tanta gente animada. Está muito bonito.
Ely foi acompanhada da professora de Educação Física Luciane Teodoro, 50 anos, e de outros dois colegas de ginástica para a terceira idade, os aposentados Cláudio Laitano, 81 anos, e Paulina Nascimento, 84. Todos foram convidados pela professora Luciane, que já participa da festa junina há quatro anos e não pretende perder o hábito.
— Me sinto em casa aqui, é muito bom. A gente dança, fica solto, tem segurança — disse Luciane.
— É magnifico poder aproveitar com segurança. É muito importante termos essa liberdade de estar ao ar livre, nas ruas. Deveríamos ter muito mais eventos assim — completou Cláudio.
Para o grupo, o ponto alto do evento foi o acendimento da fogueira, por volta das 18h, quando o sol já havia se posto. O momento foi antecedido por uma performance da dançarina Igah Hamaad, que apresentou uma coreografia ao público enquanto vestia uma espécie de chapéu-castiçal, com velas acesas sob a cabeça.
Dali saiu a chama responsável por acender a fogueira. Quando o fogo prendeu e as labaredas ganharam os céus, atingindo cerca de três metros de altura, aplausos e gritos foram ouvidos por toda a praça. Elogios do público também eram ouvidos ao circular pelas rodas de conversa, alegrando a prefeita da praça, a aposentada Marivane Anhanha Rogério, responsável por organizar o evento.
Conforme Marivane, esta foi a primeira edição da festa junina a contar com recursos do Orçamento Participativo, o que permitiu a contratação da banda e investimentos para que o evento ficasse ainda melhor. O retorno positivo do público foi celebrado pela organizadora.
— A gente, que mora em apartamento, tem a praça como o nosso quintal. Essa festa é da comunidade do Centro Histórico e é muito bom ver que as pessoas estão gostando.