A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) não conseguiu cumprir o prazo inicial previsto para a conclusão do conserto de uma adutora danificada em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. O rompimento da tubulação, localizada sob os trilhos do Trensurb, na Avenida Mauá, causa o desabastecimento de ao menos 14 bairros desde a madrugada de sábado (28). A nova previsão é que água volte às torneiras na madrugada desta terça-feira (31).
A previsão da Corsan é que a instalação de uma nova rede de água, de 42 metros, fosse finalizada até o fim da tarde desta segunda-feira (30). Entretanto, a equipe da empresa ainda trabalhava na conexão dos novos tubos por volta das 19h30min. Técnicos da obra afirmam que o trabalho seguiria durante a noite.
Para fazer a obra, dois buracos foram abertos, um de cada lado da Avenida Mauá. Como o rompimento se deu abaixo dos trilhos, não foi possível acessar o local com o problema.
A solução encontrada pela Corsan foi instalar uma nova tubulação, de diâmetro menor, por dentro do cano antigo e, assim, restabelecer a passagem de água. E a dificuldade dos trabalhadores estava justamente na hora de fazer as conexões. Vazamentos de água junto aos anéis que unem as partes impediam a finalização do trabalho. Não há diagnóstico para causa do rompimento, mas um dos trabalhadores da empresa acredita que seja um dano decorrente da idade do material utilizado, o que teria contribuído para a quebra.
Além disso, a Corsan precisa preencher o buraco com terra e recompor o asfalto da via, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Distribuição de água
De acordo com a Corsan, os bairros afetados pela falta de água são Piratini, Freitas, Silva, Cohab Casas, Cohab Blocos, São José, Anchieta, Encosta da Floresta, Vargas, Colina Verde, Sete e Jardim. Porém, em conversa com moradores, a reportagem de GZH apurou que há outros bairros sem abastecimento, como o Centro.
Dois caminhões-pipa providenciados pela Corsan - um de 40 mil litros e outro de 20 mil - e operados em parceria com a prefeitura distribuem água para moradores dessas localidades desde domingo (29). A prefeitura de Sapucaia do Sul apoia a ação com a equipe da Defesa Civil, organização do trânsito e divulgação do pontos por onde os caminhões passarão.
Entretanto, a Corsan não fornece previsão antecipada do itinerário da entrega de água e não tem cronograma estabelecido com antecedência. A comunicação que mais funciona entre os moradores é o tradicional "boca a boca".
Aliás, é o clima de solidariedade que impera entre boa parte da vizinhança. Um avisa o outro sobre o caminhão-pipa e até busca água para conhecidos idosos ou de áreas distantes.
— Estou puxando água de um vizinho que tem poço artesiano, porque está complicado até de fazer as necessidades mais básicas no banheiro ou até preparar a comida — explica o auxiliar de produção Ademir da Silva, 45 anos, morador do bairro Jardim.
Há também quem apele para municípios vizinhos.
— Estava em Novo Hamburgo, na minha namorada, e tive que trazer água de lá para fazer comida. Para tomar banho, também tenho que ir na casa dela — conta Leonardo Nunes, 24 anos, também do bairro Jardim.
Durante a tarde, o caminhão-pipa permaneceu mais de duas horas na Rua Mariano do Canto. As pessoas utilizavam bombonas, baldes e garrafas para pegar água. Alguns carregavam os recipientes em carrinhos de mão. Em seguida, o veículo seguiu para outros pontos da cidade.
Os canais da Corsan para reclamar da falta de água são 0800-646-6444, aplicativo e site corsan.com.br. Pela prefeitura, o meio de contato é a Ouvidoria, pelos números (51) 3451-8044, 3451-8045 ou 3451-8011, durante horário comercial.