O monumento aos poetas Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana, localizado na Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre, exibe novamente, desde sexta-feira (7), o livro como parte integrante de sua composição. A nova peça, de oito quilos, foi fundida e instalada pelo escultor uruguaio Mario Cladera. Agora, chama atenção de quem passa pelo local a ausência da placa de identificação da obra de arte.
— Quando fizemos a escultura, não fundimos uma placa de identificação. A prefeitura fixou uma placa de outro material na época — recorda a escultora Eloisa Tregnago, que é a coautora do monumento junto de Xico Stockinger, já falecido.
É possível ver a marca do local em que a placa ficava no banco em que Quintana aparece retratado sentado. A peça foi furtada um pouco abaixo de seu braço direito.
— A placa não fazia parte da escultura. Foi fixada não sei de que maneira no encosto do banco — cita a escultora.
A obra, composta por um banco e duas estátuas, foi encomendada para Stockinger pela Câmara Rio-Grandense do Livro, por ocasião da 47ª Feira do Livro de Porto Alegre. O monumento, inaugurado em 26 de outubro de 2001, é um importante ponto de encontro e de registro de selfies das pessoas que param para tirar fotos junto aos poetas mineiro e gaúcho.
O escultor Mario Cladera, que fundiu o livro na Casa de Cultura Plauto Cruz, onde possui ateliê, instalou a peça, inclusive com o reforço de dois pinos de aço nas mãos de Drummond. A medida foi tomada para dificultar futuras tentativas de furto.
A recolocação do objeto foi uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (SMCEC), por meio de uma parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), que possibilita a revitalização de monumentos históricos da cidade.
O que diz a prefeitura
Questionada sobre a ausência da placa de identificação no monumento, a prefeitura de Porto Alegre informou que a peça foi furtada em 2014. Também disse que a SMCEC já determinou para a Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (Epahc), responsável pelos monumentos, dar andamento no assunto.