Pelo segundo dia consecutivo, passageiros das linhas transversais enfrentam atrasos devido a protesto de funcionários da Carris. Os rodoviários decidiram entrar em greve, mas a Justiça do Trabalho determinou que mantenham no mínimo 65% da frota operando.
Na manhã desta sexta-feira (3), uma iniciativa da prefeitura, em parceria com os consórcios privados, ameniza a demora ocasionada pela menor oferta de coletivos da companhia pública: veículos da Sul, da Mob e da Leste estão nas ruas, percorrendo as linhas "T", originalmente de responsabilidade da Carris.
As rotas de maior movimento, iniciadas no Terminal Triângulo, da Zona Norte em direção à Zona Sul, são o T1 e o T7 - este último, com as maiores filas. O intervalo médio é de 20 minutos entre as viagens, uma tabela horária semelhante a de sábado, segundo os fiscais da EPTC que acompanham a saída e a chegada dos veículos.
O cenário desta manhã, por volta das 7h, era de menos aglomerações do que as vistas na quinta-feira (2). No entanto, há atrasos.
— Está 15 minutos atrasado, vou me atrasar de novo — reclamou a doméstica Tatiele Lopes, 23 anos.
A greve dos servidores impacta outro ponto de grande movimento: o T5 e o T11 deixam a parada de embarque lotados, do aeroporto Salgado Filho em direção à Zona Sul. As filas também são expressivas, formadas após a chegada de composições da Trensurb, vizinha à plataforma.
Os usuários reclamam de não terem sido colocados veículos articulados. Entre 7h e 7h30min, a reportagem permaneceu na estação e também não encontrou os coletivos com maior capacidade.
— Não me sinto seguro assim, mas o que fazer? Preciso trabalhar — contou o construtor Toni Arnold, 29 anos.
Os passageiros precisam ficar atentos à identificação de cada coletivo, que atenderão os itinerários abaixo:
- Consórcio Sul: T3, T11, T12/T12A
- Consórcio Leste: T6, T9, 343
- Consórcio MOB: T4, T1, T7
- Carris: C1, C2, C3, 353, D43, T2/T2A, T2A1, T8, T10 T13, V375, T5
Protesto dos trabalhadores da Carris
Os trabalhadores da companhia ocuparam as faixas exclusivas dos coletivos, em uma caminhada que percorreu a Avenida Bento Gonçalves, entre 8h e 9h30min. Durante o trajeto, a circulação dos ônibus foi afetada, com lentidão e uma longa fila. O fluxo para os demais veículos também teve lentidão e bloqueios momentâneos da Brigada Militar e da EPTC.
Os gritos do protesto, embalados pelo batuque dos instrumentos, eram de defesa da categoria: “o cobrador é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”, em referência ao projeto que extingue a função nas roletas.
O trajeto foi até o viaduto São Jorge, bairro Partenon, onde os manifestante subiram a passarela. Bloqueada pela Brigada Militar, tiveram de retornar à Avenida Bento Gonçalves, e chegaram à sede da companhia às 9h30min.
— Carris unida jamais será vendida — disseram os manifestantes.