Acampamento e perrengue são palavras que não se juntam no empreendimento que um casal porto-alegrense está criando na Região Metropolitana. Com inauguração prevista para outubro, o Esphera Glamping — mistura das expressões glamour e camping — terá inicialmente quatro cabanas de lona em formato de domo, com direito a ar-condicionado, lareira e frigobar.
O negócio aposta em um conceito de acampamento luxuoso. A ideia é que o cliente mesmo faça fogo (em uma fogueira já pronta, com pilhas de lenha cortada à disposição) e prepare sua própria comida (em uma cozinha privativa equipada até com churrasqueira).
O glamping está sendo construído junto à casa onde o médico oncologista André Brunetto, 43 anos, e a fisioterapeuta Roberta Velasco, 39 anos, vivem com dois filhos, Enzo, cinco anos, e Fabrício, oito. A família mudou-se no ano passado de Porto Alegre para a área de 20 hectares na zona rural de Gravataí.
— A pandemia fez a gente rever alguns conceitos. A querer aliviar aquela vida frenética, de trabalhar em hospital e clínica, e ter mais vida ao ar livre. Até para criar as crianças — conta André.
Por isso o casal decidiu empreender no campo que até então servia para pasto de vaca. Além das cabanas, construíram um galpão compartilhado (com cozinha, mesa de sinuca e churrasqueira), lagos para pesca, canchas de beach tennis e futebol de areia. Há ainda cavalos, ovelhas e pomares com quase 600 árvores frutíferas. André e Roberta preferem não revelar o valor investido no negócio.
O médico conta que, depois de pesquisarem espaços para glamping no Canadá, na Patagônia e na Jordânia, criaram o seu modelo. André recebeu a reportagem de GZH depois de passar na floricultura com um carregamento de plantas que ele mesmo escolheu.
Tem, também, descoberto seus talentos de marceneiro: alguns dos bancos espalhados ao redor da fogueira são criação dele. Com essa disposição para pôr a mão na massa, seus 1m84cm de altura e cabelo loiro, anda sendo comparado ao apresentador Rodrigo Hilbert pelos amigos.
— Já estão começando a me incomodar — admite, meio embaraçado.
O casal ainda está testando os melhores materiais para fazer as cabanas, em busca de isolamento térmico e acústico — o empreendimento fica praticamente ao lado da freeway.
Com 40 metros quadrados, elas são construídas como domos geodésicos: figuras triangulares em aço que, interligadas, formam uma grande cúpula redonda. A ideia é fazer 10 dessas cabanas, com cerca de 40 metros quadrados cada.

Dentro delas, há uma cama de casal e um mezanino em madeira para acomodar os filhos. Tem, ainda, banheiro, chuveiro e vista para o campo ou para a mata. O domo já pronto, que a reportagem pode conhecer, tem também uma cozinha privativa com churrasqueira em um contêiner anexo, espaço para fogo de chão e até um ofurô com hidromassagem na área externa.
— A ideia é que a pessoa se sinta em um quarto de hotel de luxo, mas no meio do mato, no meio da natureza — destaca André.
O casal ainda não definiu o valor da hospedagem, mas acredita que ficará em torno de R$ 1 mil a diária.