O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, saiu profundamente insatisfeito da reunião extraordinária comandada pelo governador Eduardo Leite na manhã desta terça-feira (27). Nas palavras de Melo, o sistema de distanciamento controlado com uso de bandeiras “faliu”.
– Na nossa avaliação é hora de botar a bola no centro, no ponto de vista da administração das bandeiras no Rio Grande do Sul, e construir uma nova modelagem. Pelas muitas gambiarras que foram feitas, nós chegamos onde chegamos – disse Melo, acrescentando:
– Continuamos defendendo que a cidade funcione, que os esportes livres possam acontecer e que as escolas possam funcionar, até porque os bares funcionam, os supermercados funcionam, as igrejas funcionam. Quem sabe vamos levar as crianças para ter aulas dentro das igrejas, dos bares dos restaurantes. O sistema de bandeiras faliu – ironizou Melo.
São dois os principais motivos da insatisfação de Melo. O primeiro é a possibilidade de suspensão da chamada “cogestão”, ou seja, da margem para os prefeitos flexibilizarem regras. A opção foi levantada durante reunião extraordinária que Leite realizou com representantes da Assembleia Legislativa, Famurs, prefeitura de Porto Alegre, entre outros.
O segundo motivo de descontentamento de Melo é o fato de as mudanças no modelo estadual de distanciamento controlado terem sido informadas por Leite e não debatidas entre governos estadual e municipais.
– Se tivéssemos tido desde o início maiores discussões, talvez não tivesse chegado no ponto em que chegou. Não dá para dizer é que o problema é a cogestão – afirmou Melo.
Nas últimas semanas, o prefeito da Capital foi convidado por Leite para integrar o comitê de crise estadual, que se reúne semanalmente para debater mudanças no modelo e avaliar o momento da pandemia.