Acuado por uma série de derrotas judiciais, não restou outra alternativa para o Piratini a não ser mudar o modelo de distanciamento controlado que vem implementando na política de decisões de enfrentamento à pandemia. O governo lança mão nesta terça-feira (27) de sua última cartada para tentar retomar as aulas presenciais. A trava imposta para evitar que a cogestão fosse o "liberal geral" e cada prefeitura fosse numa direção foi atropelada pela cipoal jurídico em que o Estado se meteu nos últimos dias.
O governo apostou tudo na cogestão da educação, estratégia que foi sepultada e criticada pelo Judiciário. Sem carta na manga, restou comprometer o pouco de credibilidade que o modelo ainda tinha. Justiça seja feita, o modelo de bandeiras foi pioneiro no país no ano passado, serviu de modelo para vários Estados. Mas o avanço da pandemia, a mudança da realidade, as pressões de diferentes setores fizeram o governo implementar mudanças pontuais que acabaram desfigurando o modelo e, assim, tirando a convicção do governo e a credibilidade perante a opinião pública.
Agora o governo passa a régua e tenta começar de novo. O novo decreto sai ainda nesta terça-feira e deve valer a partir de quarta-feira (28) com uma ressalva: se não houver entendimento pelo Judiciário, caso provocado, de que a mudança é um "jeitinho" nas bandeiras. O governo paga para ver.