Porto Alegre

"Melhor em anos"

Em formato reduzido, Feira do Peixe é considerada sucesso; Mercado Público teve aglomeração na busca por pescados

Feirantes que encararam o medo da pandemia conseguiram lucrar

Karine Dalla Valle

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Lauro Alves / Agencia RBS
Feira do Peixe de Porto Alegre de 2021 foi menor, mas rendeu muito dinheiro aos feirantes que participaram

O medo era de não vender nada por causa da pandemia de coronavírus, mas a Feira do Peixe de Porto Alegre deste ano superou expectativas. Por volta das 9h desta Sexta-Feira Santa (2), último dia do evento, alguns feirantes já tinham conseguido vender tudo: tilápia, tainha, filé.

O sucesso, na opinião dos pescadores, foi justamente porque a edição foi reduzida - eram apenas 13 bancas, número muito menor do que as habituais 50 dos anos anteriores.

– Foi uma maravilha. Se tivesse mais de 13, a gente não conseguiria (lucrar tanto). A gente se arriscou, porque achava que não teria movimento, por causa da pandemia. Foi isso o que os outros pescadores fizeram, deixaram de vir por medo de perder - contou Bibiana de Souza, pescadora da Ilha da Pintada

Ela e o marido, Fábio da Silva, pagaram cerca de R$ 1.500 à prefeitura de Porto Alegre pelo espaço no Largo Glênio Peres. No segunda dia da feira, cerca de R$ 17 mil haviam entrado no caixa do casal. A estimativa é que, somando o último dia, o valor chegue a R$ 20 mil – não é o lucro, pois ainda não calcularam os gastos.

Para os pescadores, foi a melhor Feira do Peixe que já participaram.

- Graças a Deus. Tivesse mais peixe, nós íamos vender mais - disse Bibiana.

Às 10h, só restava um bandeja de bolinho de viola na banca dos cunhados Fábio Maciel e Maximiliano Cabral. Pescadores da Ilha da Pintada, eles também demonstravam satisfação.

- Melhor feira em quatro, cinco anos - garantiu  Fábio.

Ele admitiu que também tinha receio de perder dinheiro, mas, pelas contas, o saldo será bom.

- Entrou uns R$ 30 mil, vamos fazer uns R$ 10 mil de lucro - estima o pescador.

O balanço oficial da Feira do Peixe ainda não foi divulgado pela prefeitura de Porto Alegre. 

Pouca gente fora, muita gente dentro

A movimentação na manhã desta sexta-feira era tranquila debaixo do toldo que abrigou os três dias de Feira de Peixe. A fila era curta, com poucas pessoas, e elas não precisavam esperar muito tempo até terem a temperatura medida e receberem álcool gel na palma das mãos por um servidor da prefeitura.

As 13 ficavam distantes umas e o público conseguia circular sem raspar uns nos outros, diferentemente do que ocorreu nas bancas que vendem peixe dentro do Mercado Público, a poucos metros da Feira do Peixe. Em um espaço que reúne quatro ou cinco bancas, conhecido como Balcão do Peixe, a clientela se acotovelava para fazer o pedido e os atendentes chegavam a gritar por debaixo das máscaras. 

Segundo a prefeitura, o Mercado Público contou com "orientação ao público por meio de fiscais para que o distanciamento fosse obedecido". A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo disse que irá apurar se alguma das medidas não foi cumprida.

Já a Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), em nota, disse que "solicitou aos clientes que evitassem aglomerações e as compras de última hora", mas que "por se tratar de um produto fresco, a procura se concentrou nesta manhã, o que gerou um grande movimento".

O Mercado Público, contudo, tem exigido o uso de máscara, além de fazer a aferição de temperatura e de ofertar álcool gel a todos que ingressam no prédio.

Nas demais bancas do Mercado Público, não havia aglomeração.

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