Diante da crise do transporte coletivo na Capital, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) afirmou na tarde desta quarta-feira (20) que aceita rediscutir o modelo de concessão com a prefeitura de Porto Alegre. O processo passaria por rever obrigações presentes no contrato.
Em entrevista ao Gaúcha Mais, o engenheiro de transporte da ATP, Antônio Augusto Lovatto, disse que uma repactuação é viável e apontou aspectos que deveriam entrar no debate.
— Porto Alegre tem o maior percentual de gratuidade do país, cerca de 30%. Rever isso já derrubaria a tarifa em 10%. Também temos o segundo maior custo de operação, isso muito em razão dos cobradores. Sem falar e um dos preços de veículos mais caros também — disse.
Para ele, a redução do impacto tarifário passa por uma reavaliação dessas e de outras obrigações no contrato atual. Neste ano, as empresas não irão propor um percentual de reajuste.
— A proposta de reajuste se baseia na ideia de que o que ocorreu no ano anterior se repetirá no ano presente. Como poderíamos propor um valor, visto que dificilmente o que ocorreu em 2020 se verá neste ano? — questionou ele.
Em vez disso, a ATP solicita que a EPTC faça a atualização dos preços dos insumos e parâmetros operacionais, conforme consta no edital de concessão de 2015. O texto estabelece o período de fevereiro para a revisão dos custos.
— Estamos há dois anos sem reajuste nos custos operacionais, e as empresas têm o direito de pedir isso — destaca Lovatto.
Pela manhã, no Gaúcha Atualidade, o secretário de Mobilidade, Luiz Fernando Záchia, defendeu a taxação do transporte por aplicativo como uma das medidas para socorrer o sistema de ônibus. Na escuta do programa, o prefeito Sebastião Melo enviou uma mensagem: "Não está na pauta taxar aplicativos".