Formados por melodias simples, refrões “chicletes” e letras criativas e com forte apelo emocional, os jingles sempre estão entre os protagonistas do período eleitoral. Com a função de promover os candidatos, eles embalam programas de rádio e TV e carreatas. Volta e meia, permanecem por muitos anos na cabeça dos eleitores.
A pouco mais de um ano do início da campanha para as eleições municipais de 2020, GaúchaZH selecionou oito jingles que marcaram as campanhas de candidatos a prefeito de Porto Alegre. Ouça:
Nelson Marchezan - 2016
Apostando na esperança e em uma Porto Alegre disposta a ver “um novo tempo começar”, o jingle de Nelson Marchezan (PSDB) em 2016 apresentou o tucano como alguém de “atitude”, que poderia “fazer diferente”. Coragem, seriedade e transparência, além da declaração de amor à Capital, embalaram a vitória do tucano, que se apresentou como oposição à gestão anterior.
José Fortunati - 2012
Um amor assim, de verdade. Esse foi o mote da candidatura de José Fortunati (na época, no PDT) à reeleição em 2012. O então prefeito, que herdou o cargo após José Fogaça renunciar para concorrer ao governo do Estado, em 2010, convenceu os eleitores de que Porto Alegre “melhorou e vai melhorar”. A “experiência que dá garantia” também foi exaltada, em um contraponto à principal opositora, Manuela D’Ávila (PCdoB).
José Fogaça - 2008
“Fogaçaaaaaa”. Em todas as campanhas em que o ex-prefeito concorreu a cargos majoritários, o jingle trazia seu sobrenome como refrão. Não foi diferente na tentativa de reeleição ao Paço Municipal, em 2008. “Alguém que respeite a cidade, que ouça e que faça” foi uma das marcas atribuídas a José Fogaça (MDB).
Manuela D'Ávila - 2008
Candidata à prefeitura pela primeira vez em 2008, Manuela D'Ávila (PCdoB) usou o jingle para demonstrar que conhecia a cidade. A letra cita o pôr do sol do Guaíba, o chimarrão no Parque da Harmonia e até colorados e gremistas. A comunista convidou o eleitor a querer "mais, muito mais" e "um melhor lugar pra viver".
Mendes Ribeiro Filho - 2004
"Será que tá bom mesmo?" era a pergunta que norteava o jingle de Mendes Ribeiro Filho (PMDB) na tentativa de chegar à prefeitura em 2004. Ele se apresentou como uma das alternativas ao PT, que governava Porto Alegre havia 16 anos. A música destacava a "vontade de mudar" e a "coragem de fazer melhor" e convocava os eleitores a "fazer parte dessa história".
Tarso Genro - 2000
Depois de três mandatos da Frente Popular, o PT apostou em Tarso Genro, que já havia sido prefeito, com um jingle em que o apoio ao partido significava apoiar Porto Alegre. Votar no partido e “fazer a estrela brilhar” era o mesmo que “votar na cidade”. Grande inovação dos governos petistas, o Orçamento Participativo também é lembrado, citando a Capital como uma cidade em que o povo “decide junto” e “participa de verdade”.
Yeda Crusius - 2000
Na tentativa de chegar ao Paço Municipal, Yeda Crusius (PSDB) contou com um jingle calcado na emoção e em que a palavra de ordem era igualdade. A "Porto Alegre da igualdade" seria liderada pela tucana, contando com a "suave ousadia da mulher". No refrão, a convocação é para que os porto-alegrenses acompanhem Yeda e seu vice, Guilherme Socias Villela (PPB, hoje PP), na tentativa de "abraçar a cidade e a igualdade".
Carlos Araújo - 1988
No primeiro pleito após a redemocratização, Carlos Araújo (PDT) foi escolhido candidato trabalhista e vinculou a tentativa de chegar à prefeitura à candidatura de Leonel Brizola à presidência no ano seguinte. Além de citar o vice, o então deputado Carrion Jr., a música criada por Hermes Aquino indicava que Araújo era “para valer”. Infelizmente, não há registros da música disponíveis nas plataformas digitais. No entanto, o refrão é amplamente conhecido:
“Carlos Araújo é pra valer
Araújo e Carrion é o PDT
Carlos Araújo vem na frente
Depois é o Brizola presidente”.