Após reportagem de GaúchaZH demonstrar o erro no projeto da nova ponte do Guaíba, o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) afirmou que "não existe a possibilidade" da água atingir a pista. Segundo o Dnit, a ponte se encontra acima da série histórica dos últimos 100 anos.
Nesta quinta-feira (30), o colunista Jocimar Farina, de GaúchaZH, divulgou que parte da elevada no Canal Furado Grande, localizada entre a Ilha Grande dos Marinheiros e a Ilha do Pavão, foi construída 44 centímetros mais baixa do que determina o Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem do Dnit.
Como regra, o manual diz que uma ponte só pode ser erguida se respeitar a cota de cheia – que é quando o nível do rio atinge sua altura máxima histórica. Para tanto, é necessário prever que a elevada seja construída sempre no mínimo um metro acima do nível máximo.
No caso dessa região do Guaíba, a altura da ponte deveria ter 4,10 metros, mas está sendo construída com elevação de 3,66 metros, ou seja, 44 centímetros mais baixa.
Em entrevista à colunista Carolina Bahia, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que a diferença não vai resultar em aumento do preço da obra. Segundo ele, o projeto foi aprovado pelo Dnit e pela Marinha e não há razão para a reconstrução do trecho.
— Não há comprometimento, não há risco de alagamento e não há risco de bloqueio — disse o ministro, que já foi diretor do Dnit.
Freitas não soube explicar o que levou ao erro na altura na ponte, mas garante que não é isso que irá atrapalhar o andamento das obras.
Confira a nota oficial do Dnit:
Sobre as obras da Nova Ponte do Guaíba, no trecho específico da elevada no Canal Furado Grande, o DNIT informa que não existe a possibilidade de a água atingir a pista, uma vez que ela se encontra acima da série histórica dos 100 anos.
Quanto à citação de demissões, o DNIT fez contato com o consórcio e recebeu a explicação de que os desligamentos recentes foram decorrentes da conclusão de serviço, particularmente a execução de pré-moldados. A Autarquia informa ainda que as desapropriações estão em andamento e não comprometem a execução dos trabalhos.