Os atos de vandalismo na sinalização viária estão prejudicando a travessia de deficientes nos cruzamentos em Porto Alegre. Somente neste ano, até o final de novembro, 41 botões sonoros nos semáforos foram alvos de furtos na Capital.
No total, Porto Alegre possui 170 botoeiras sonoras ligadas às sinaleiras, espalhadas em diversas regiões da cidade. Os botões, ao serem acionados, emitem um som e permitem que cegos atravessem as ruas com segurança.
Em alguns casos, a mesma botoeira é alvo de vandalismo mais de uma vez. Em setembro, o equipamento instalado no cruzamento da Avenida Borges de Medeiros com a Rua Siqueira Campos foi furtado quatro vezes em um período de dez dias. O local, próximo ao Mercado Público, no Centro Histórico, possui grande circulação de pedestres.
As reformas de botoeiras danificadas e as trocas dos equipamentos causaram um prejuízo de R$ 40 mil à prefeitura da Capital em 2018.
Os dados são da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), divulgados com exclusividade para GaúchaZH.
Vandalismo em placas
Alem da sinalização nos semáforos, as placas de trânsito também sofrem depredações na Capital. Os casos mais comuns são furtos e pichações.
Um dos exemplos aconteceu em outubro, quando a placa da Avenida Castello Branco, na saída de Porto Alegre, foi pichada pelo menos duas vezes logo após a mudança de nome da via, que antes era Avenida da Legalidade e da Democracia.
Para recuperar as placas de sinalização vandalizadas, a EPTC gastou, até agora, R$ 205 mil - 67% a mais do que no ano passado, quando o prejuízo foi de R$ 139 mil.
A EPTC está trabalhando para coibir esse tipo de crime, com parcerias com a Brigada Militar e a Guarda Municipal. No caso das botoeiras, está em fase de testes a mudança do local que o equipamento fica instalado no poste do semáforo.
— A ideia é que a caixa amarela da botoeira fique mais em cima do poste do semáforo, e embaixo só fique o botão, para tentar diminuir as chances de que alguém furte o equipamento — explicou Marcelo Soletti, diretor-presidente da EPTC.
Ainda não há prazos para a implantação do novo modelo de botoeiras na Capital.