Em meio a uma investigação da Polícia Federal sobre a antiga administradora dos investimentos para a revitalização do Cais Mauá, a ICLA Trust, o conselho do consórcio responsável pelas obras decidiu reprovar as contas dessa empresa e solicitar a realização de uma nova auditoria envolvendo o período sob apuração da PF — entre 2013 e 2016.
A decisão de não aprovar as contas e pedir uma nova análise (um estudo anterior não havia identificado irregularidades) foi tomada na terça-feira (24), durante uma reunião do conselho do consórcio encarregado da reforma e administração do espaço. Não foram informados os prazos para conclusão dos trabalhos ou possíveis consequências dessas medidas.
Na manhã desta quarta (25), representantes da nova responsável pela gestão do empreendimento (Reag Investimentos) e da direção da Cais Mauá do Brasil estiveram no Palácio Piratini para um encontro com o secretário-chefe da Casa Civil, Cleber Benvegnú.
Durante a reunião, foi garantido ao governo estadual, responsável pela área do cais, que a reforma segue dentro dos prazos planejados apesar das investigações envolvendo a antiga administração. Segundo informou a PF, as apurações não envolvem a obra no cais em si.
— Paramos por três dias para entender a situação, mas já retomamos o nosso cronograma de curto prazo, que está em andamento — assegurou o presidente da Reag, João Mansur, acompanhado do novo diretor-presidente do Cais Mauá, Vicente Criscio.
Benvegnú destacou a importância de o cronograma ser cumprido de acordo com o esperado:
— Por ser de extrema relevância social, o projeto deve ser executado dentro do prazo estabelecido, com absoluta transparência e dentro do regramento aprovado.
A obra de renovação do cais, iniciada em março já sob nova gestão, vai ocorrer ao longo de 3,2 quilômetros. A expectativa é de que a primeira fase, que prevê a entrega da área dos armazéns históricos, esteja pronta até o final de 2019.