Apresentadas sob pretexto de melhorar o ensino, mudanças implantadas pela prefeitura de Porto Alegre nas escolas municipais acabaram envoltas em polêmica com professores e pais de estudantes.
As principais queixas incluem uma suposta falta de diálogo da Secretaria Municipal de Educação (Smed) antes de colocar as medidas em prática e dúvidas sobre quem assumirá a supervisão dos alunos durante algumas atividades. A Smed, por sua vez, acredita que parte da comunidade escolar não tenha compreendido com clareza as alterações previstas.
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O ano letivo começou sob tensão na Capital em razão das novidades (veja as principais no gráfico abaixo). Representantes dos professores apresentaram críticas à Smed durante uma reunião ontem, enquanto familiares de alunos da Escola de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos, no bairro Lomba do Pinheiro, impediram professores de entrar em sala de aula pela manhã em sinal de protesto.
– As mudanças foram realizadas de forma arbitrária, com um decreto mudando o horário, as refeições, os períodos de aula. Deveria ter sido feita uma consulta – avalia a representante da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres (ACPM-Federação), Andreia Cesar Delgado.
A diretora pedagógica da Smed, Maria Cláudia Bombassaro, argumenta que as novas diretrizes foram apresentadas aos diretores em 21 de fevereiro.
– É um prazo razoável para uma nova gestão. Mas muitas escolas não compareceram para conversar – observa Maria Cláudia.
O município deixou de contabilizar o horário das refeições dos alunos como hora-aula, fazendo com que os professores deixem de acompanhar essa atividade para ficar mais tempo em aula – mas desperta preocupação nos pais sobre quem vai monitorar as crianças. Além disso, determinou alterações no regime de trabalho dos professores e nos períodos. Confira, no gráfico abaixo, um resumo das medidas e a posição de prefeitura, professores e pais sobre o tema.