O investimento em educação caiu em relação ao ano anterior. A educação ainda é prioridade? Como investir em meio ao corte de gastos?
Uma série de recursos extras aumentou os gastos no Estado e fez com que diminuísse um pouco o investimento em educação. Nós temos melhor perspectiva neste ano, temos recursos significativos para dar continuidade a obras. Neste orçamento de 2017, temos previsto mais de R$ 140 milhões para obras escolares.
Mas para cumprir isso é preciso cortar em outras áreas?
Não, isto está previsto no orçamento e são recursos do Banco Mundial e de convênios que nós temos com o do FNDE, não do Tesouro, por isso temos condições de fazer esse conjunto de obras.
Há professores preocupados com o fechamento de turmas e turnos inteiros em algumas escolas. Eles relatam que davam aulas todo o dia na mesma escola e agora terão que pulverizar sua rotina em duas ou três escolas.
Isso poderá acontecer. É um processo de racionalização que nós estamos fazendo e até foi apontado pelo Tribunal de Contas do Estado que nós tínhamos um número muito pequeno de turmas. É uma racionalização do trabalho que nós temos que fazer pra que possa haver uma integração dos nossos recursos humanos.
Leia mais
Rede pública volta às aulas cercada de desafios
Uma dúvida na Capital: quem vai acompanhar os alunos durante as refeições e reuniões?
Após protestos de estudantes, escolas antes ocupadas ainda apresentam problemas
O Estado está fechando escolas?
Nós não estamos fechando escolas, pode existir pontualmente alguma escola que esteja sendo fechada. Mas para que seja fechada uma escola tem todo o procedimento que está regrado. Tem que ser ouvida a comunidade, se os alunos forem removidos para outra escola, tem que ver se tem transporte escolar. Tem que ver se existe vaga na escola para onde essas crianças irão. Então tem que ser assegurado que o aluno terá vaga e transporte.
Com ocupações e greves, o ano passado foi bem tenso na educação. Como será este 2017?
Estamos na expectativa do que vai acontecer, mas já tive uma reunião com o Cpers discutindo alguns pontos. Eu expliquei a situação pela qual passa o Estado. E é bom que se diga que há um grande esforço, o governo atual pagou em 2015, 2016 e 2017 aquele completivo do piso e isso implicou em quase R$ 200 milhões por ano. Nós pagamos também a progressão, a diferença de nível de professores que teve um reflexo de quase R$ 25 milhões. É um direito dos professores e estava atrasado há bastante tempo. Então nós tivemos um acréscimo de R$225 milhões por ano no orçamento de um Estado que não consegue sequer pagar os salários em dia. É um esforço muito grande. Não que eles não mereçam, a gente acha que os professores deveriam ter uma remuneração melhor, mas, infelizmente, o Estado não tem condições atualmente de dar qualquer tipo de reajuste.