O cenário político e econômico conturbado puxou as rédeas dos negócios com equinos durante a 39ª Expointer, em Esteio. A comercialização de cavalos crioulos registra queda de 25% nos valores praticados. O criador está recebendo menos pelos animais ofertados, mas o contexto é favorável para compradores que desejam ampliar e qualificar o plantel.
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Até ontem à tarde, quando ainda não havia ocorrido o último leilão da raça, a média parcial dos remates de cavalo crioulo de seis cabanhas que também realizaram eventos no ano passado era de R$ 33.026 por equino comercializado. Em 2015, nesses mesmos remates, a média foi de R$ 44.412. A redução dos preços atraiu compradores de Paraguai, Uruguai e Argentina.
– São animais que no ano passado valiam R$ 100 mil e foram vendidos a R$ 60 mil – compara o leiloeiro Marcelo Silva, da Trajano Remates, responsável por cinco dos oito leilões de cavalo crioulo realizados durante a feira, ressaltando que o aspecto positivo está na liquidez.
Marcelo Cairoli, da Reconquista Agropecuária, comenta que a menor oferta de animais foi compensada pela qualidade, deixando a pista mais aquecida. Na parcial, a melhor média foi da própria cabanha de Alegrete – R$ 40,57 mil por animal, de acordo com os dados lançados no sistema da Secretaria da Agricultura.
– O atual cenário pressionou por mais qualidade – avalia Cairoli, destacando que a Expointer é uma importante praça para balizar os preços das vendas diretas.
Animal do Paraná foi o mais valorizado
Até agora, o animal mais valorizado foi a égua Guria Bragada 181, da Estância Vendramin, do Paraná, comercializada a
R$ 350 mil. Vencedora do Bocal de Ouro 2016 e uma das finalistas do Freio de Ouro deste ano, a égua foi vendida para um condomínio de dois criadores
de Vacaria.
Também foi destaque na feira a primeira edição do leilão Sueños, que atingiu média de
R$ 55,3 mil na venda de embriões eR$ 13,4 mil na comercialização de coberturas. Em modelo diferente dos demais – foi realizado de forma virtual, mas com transmissão ao vivo na internet –, o remate foi pensado para atrair compradores do Mercosul e tentar driblar a crise.
Considerando as negociações consolidadas em 2015, quando a raça faturou R$ 10,985 milhões, incluindo coberturas, as vendas da raça hoje correspondem a 70% do volume faturado ao bater do martelo. Até as 15h de ontem, a parcial era de R$ 7,599 milhões para sete leilões da raça na Expointer.