A morte de mais um taxista na Capital, na noite da última sexta-feira (9), levanta novamente a discussão sobre o perfil dos profissionais autorizados a trabalhar no serviço. A polícia ainda trabalha para apurar as circunstâncias do crime que vitimaram Cristiano Carlosso dos Santos, de 39 anos.
Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), ele atuava há cerca de 10 anos como arrendatário, ou seja, não era o permissionário da placa. A Identidade de Condutor do Transporte Público, conhecida como "carteirão", estava em dia.
O taxista possuía, no entanto, histórico por crimes como posse de entorpecentes, perturbação da tranquilidade, ameaça, lesão corporal, apropriação indébita, desobediência e retenção de veículo. Além disso, estava em liberdade provisória desde março de 2012. A EPTC diz que não há histórico de queixas contra o motorista.
Desde o início do ano, a empresa vem realizando pente-fino para retirar de circulação motoristas com alguns antecedentes criminais. A portaria relaciona como crimes passíveis de perda do carteirão os delitos contra a vida, contra a dignidade sexual, crimes hediondos, de roubo, furto, estelionato, receptação, formação de quadrilha, sequestro, extorsão e tráfico de drogas.
Dos 10,3 mil taxistas, 7 mil foram analisados e 500 foram suspensos. Carlosso passou pela avaliação, pois nenhum dos crimes consta na portaria.
EPTC admite que pode alterar a relação de antecedentes
"Avaliamos que aquele rol de 12 ocorrências já foi um grande avanço. Agora, temos que continuar analisando. Se tivermos que incluir mais algum tipo de ocorrência que seja restritiva, vamos colocar. Mas até agora estamos cumprindo o que está na portaria e temos respaldo judicial", diz Vanderlei Cappellari, diretor-presidente da EPTC.
Investigação
A Polícia Civil segue investigando o caso e ainda não afirma se foi latrocínio ou execução. A 1ª Delegacia de Homicídios investiga o envolvimento de três pessoas na morte do taxista e vai refazer o trajeto da vítima antes do crime.
O primeiro suspeito é um jovem que embarcou no táxi no ponto da subida do Morro da Cruz, próximo das 22h. Este homem entrou no último táxi da fila, mas Cristiano o orientou a entrar no seu carro - que era o primeiro da fila. A viagem teve parada em outro ponto, onde possivelmente mais duas pessoas embarcaram. A polícia ainda não sabe a identificação destes suspeitos.